Programa Moverse é apresentado a empresas engajadas com o tema da migração e refúgio no Brasil
08.04.2022
Convite para comprometimento com iniciativa foi feito a cerca de 20 companhias do Fórum Empresas com Refugiados, que debateram empoderamento econômico e violência de gênero em conversa promovida no dia 31
Homens e mulheres que chegam da Venezuela não têm oportunidades igualitárias de inclusão socioeconômica no Brasil, e é preciso que empresas se comprometam em oferecer soluções para que ninguém seja deixada para trás. Essas foram as principais percepções do debate “Vamos Conversar – O papel das empresas no empoderamento econômico de mulheres refugiadas e migrantes”, realizado no último dia 31 de março. A atividade foi promovida pelo Fórum Empresas com Refugiados e contou com a participação da ONU Mulheres para apresentação do programa Moverse.
O Fórum faz parte da iniciativa Empresas com Refugiados, desenvolvida pela Rede Brasil do Pacto Global da ONU e pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) para promover a integração de pessoas refugiadas e solicitantes de refúgio no mercado de trabalho brasileiro. A intenção é compartilhar práticas das empresas que levem à integração dessas pessoas no país, além de promover o debate sobre temas relacionados.
Como parte das atividades do Fórum, o bate-papo teve como temas a integração socioeconômica de mulheres refugiadas e migrantes e o enfrentamento da violência baseada em gênero. Na ocasião, a especialista em Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes da ONU Brasil, Flávia Muniz, falou sobre o programa Moverse, desenvolvido conjuntamente por ONU Mulheres, ACNUR e Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com financiamento do Governo de Luxemburgo. Iniciado em 2021 e com ações previstas até dezembro de 2023, o programa tem como objetivo a integração socioeconômica de mulheres refugiadas e migrantes, em especial aquelas vindas da Venezuela.
“Quando olhamos para as mulheres refugiadas e migrantes que estão no Brasil, falamos, em geral, de mulheres não brancas, que vivem com dificuldades a mais que as mulheres que nasceram aqui. E é isso que queremos trazer para a atenção das empresas, para não acabarmos beneficiando apenas às mulheres que já são privilegiadas, que não têm esse perfil”, apontou Flavia. “Mulheres recebem menos que homens refugiados e migrantes, não conseguem acessar o mercado de trabalho da mesma forma, têm menos acesso a crédito. A diferença chega até no aprendizado da língua portuguesa, já que elas acabam ficando mais na esfera doméstica, cuidando de crianças, por exemplo, e, assim, têm menos contato com a língua portuguesa e com a cultura brasileira. Há muitas mulheres refugiadas e migrantes sendo deixadas para trás, e as empresas podem agir para mudar essa realidade”, destacou.
Algumas das empresas presentes no Fórum já haviam assinado, no início de março, a Carta de Compromisso em prol do Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes, promovida pelo Moverse. Durante o Fórum, representantes das mais de 20 empresas presentes foram convidadas a conhecer mais sobre o programa e a também assumirem publicamente o compromisso pela integração socioeconômica de mulheres refugiadas e migrantes no Brasil.
Com a aproximação do Fórum, a ONU Mulheres passa a fazer parte do programa de capacitações recorrentes da iniciativa, abordando o recorte de gênero no empoderamento econômico de pessoas refugiadas e migrantes no Brasil.
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