Perguntas Frequentes: Os sinais de abuso em relacionamentos e como ajudar
02.12.2024
A violência contra as mulheres é uma violação dos direitos humanos que ocorre todos os dias ao redor do mundo. Globalmente, uma em cada três mulheres sofre violência física ou sexual, geralmente por parte de um parceiro íntimo. Embora a violência doméstica e o abuso sejam, às vezes, ocultos, conhecer os sinais de um relacionamento abusivo pode ajudar a reconhecê-los melhor e a buscar ou oferecer ajuda.
Quais são alguns sinais comuns de abuso?
- Seu parceiro controla tudo o que você faz. Ele monitora onde você está e com quem está o tempo todo. Ele impede ou desencoraja você de ver amigos, familiares ou de ir ao trabalho ou à escola.
- Seu parceiro exige que você responda imediatamente às mensagens, e-mails e chamadas e insiste em saber suas senhas de redes sociais, e-mails e outras contas.
- Um parceiro abusivo pode agir com ciúmes, incluindo acusações constantes de traição. Ele pode tentar controlar como você gasta dinheiro e seu uso de medicamentos ou contraceptivos. Também pode tomar decisões cotidianas por você, como o que vestir ou comer.
- Ele pode ser depreciativo. Pode insultar sua aparência, inteligência ou interesses, tentando humilhá-la na frente dos outros e até destruir objetos ou coisas que são importantes para você.
- Um parceiro abusivo pode demonstrar raiva ou ter um temperamento imprevisível, de forma que você nunca sabe o que pode causar um problema. Ele pode culpá-la por seus ataques violentos e causar danos físicos ou ameaçar ferir você, ele mesmo, membros da sua casa, incluindo crianças ou animais de estimação.
- Ele pode machucar fisicamente, como bater, empurrar, socar, dar tapas, chutar ou morder. Pode usar ou ameaçar usar uma arma contra você.
- Pode haver abuso sexual, incluindo estupro ou outras atividades sexuais forçadas. Ele pode presumir, de forma errada, que o consentimento para um ato sexual no passado implica que você deve participar dos mesmos atos no futuro. Também pode assumir que consentir com uma atividade significa consentir com níveis maiores de intimidade. Por exemplo, um agressor pode achar que um beijo deve levar ao sexo todas as vezes.
- Um parceiro abusivo pode ameaçar denunciá-la às autoridades por atividades ilegais caso você denuncie o abuso ou resista.
Quais são algumas dicas de segurança se eu estiver sofrendo abuso?
Se você acredita que está sendo abusada, procure ajuda. Estas dicas podem orientar sobre como encontrar segurança e apoio.
- Considere compartilhar suas preocupações com uma pessoa de confiança, como uma amiga, alguém da família ou vizinha. Trabalhe com essa pessoa para desenvolver um plano caso precise de ajuda. Esse plano pode incluir, por exemplo, a criação de um código secreto ou várias palavras, frases ou emojis para se comunicar com mais segurança.
- Desenvolva uma estratégia de fuga, como dizer que precisa ir à farmácia ou ao mercado e, uma vez lá, pedir para usar o telefone e ligar para ajuda. Pense em várias razões plausíveis para sair de casa em diferentes horários, caso precise escapar.
- Se possível, mantenha um telefone sempre carregado e acessível e saiba quais números ligar para pedir ajuda: um amigo, um familiar ou a polícia. Se sua vida estiver em perigo, ligue para a polícia, caso julgue seguro fazê-lo.
- Tente identificar padrões no uso e nível de violência do seu parceiro. Isso pode ajudá-la a prever quando o abuso pode escalar.
O que posso fazer para ajudar alguém que conheço e que está sofrendo abuso?
Se você está preocupada com uma amiga que pode estar sofrendo violência doméstica ou abuso, ou que se sente insegura perto de alguém, siga estas dicas para ajudá-la a encontrar segurança e apoio.
- Se estiver preocupada com a segurança de uma amiga, mantenha contato e seja criativa. Evite despertar suspeitas no agressor para que as linhas de comunicação permaneçam abertas. Se ambas têm filhos, por exemplo, você pode sugerir chamadas conjuntas entre vocês e as crianças. Criar palavras-código secretas também pode ajudar na comunicação mais segura.
- Pergunte à sua amiga como ela prefere se comunicar. É importante estabelecer um canal seguro de comunicação, já que, muitas vezes, ela estará fisicamente próxima do agressor, que pode monitorar as conversas. Pergunte se ela prefere mensagens de texto em vez de chamadas e se há um aplicativo ou plataforma que ela prefere usar.
- Seja solidária e acredite nela. Reforce que ela não está sozinha e que ajuda e apoio estão disponíveis. Reconheça que pode ser difícil para ela falar sobre o abuso. Se ela quiser falar, ouça atentamente e com empatia.
- Ajude-a a pensar em como se manter segura durante situações de confinamento. Ajude sua amiga a criar um plano para situações em que ela se confinada. Há outros amigos ou familiares com quem ela poderia ficar nesse período? Considere ajudar a entrar em contato com essas pessoas para elaborar um plano.
- Respeite o direito de consentimento dela. A menos que você acredite fortemente que a vida da sua amiga está em perigo, evite tomar ações sem o consentimento dela. Ela conhece melhor os riscos de segurança e, por isso, deve liderar qualquer decisão relacionada ao abuso que está enfrentando.
- Respeite a privacidade dela. Devido a questões de segurança, estigma, sentimentos de vergonha e culpabilização da vítima, é fundamental que suas experiências e identidade permaneçam confidenciais, a menos que ela dê consentimento explícito para divulgá-las.
- Ofereça assistência prática e compartilhe recursos. Informe à sua amiga que você quer ajudar. Se possível, ofereça um lugar seguro para ela ficar, transporte ou outras formas de apoio que possam aumentar sua segurança.