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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

O 2º Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas da CONAQ reúne mais de 300 mulheres quilombolas



23.06.2023


Mulheres quilombolas de 24 estados brasileiros aproveitaram o encontro para denunciar a falta de políticas públicas específicas para população quilombola do país.

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Foto: ONU Mulheres/Júlia Pá

Entre os dias 14 e 18 de junho, Brasília recebeu o 2º Encontro Nacional de Mulheres Quilombolas da Coordenação Nacional de Articulação de Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ).

Com o tema Resistir para Existir, o encontro foi de grande importância para o fortalecimento da luta pelos direitos humanos da população quilombola do país e para o debate de questões importantes para a qualidade de vida do coletivo.

Mais de 300 mulheres quilombolas de 24 estados brasileiros, além de mulheres da Colômbia e Equador, aproveitaram o encontro para denunciar a falta de políticas públicas específicas para acabar com as desigualdades, a discriminação e a violência e para garantir a permanência de mulheres nos quilombos.

Com base nas recomendações internacionais dos comitês sobre Discriminação Racial (CERD) e sobre a Eliminação de Todas as Formas de Violência Contra as Mulheres (CEDAW), a ONU Mulheres Brasil tem como prioridade a promoção dos direitos das mulheres quilombolas. 

Durante o encontro, a representante da ONU Mulheres no Brasil, Anastasia Divinskaya, falou sobre a importância de meninas e mulheres quilombolas estarem no centro de decisões políticas nacionais, internacionais e comunitárias pelos direitos humanos:  “No nível do país, o racismo que se cruza com a discriminação baseada em gênero permanece. Sua existência contínua no Brasil tem sido observada com muita clareza nos efeitos compostos das crises em curso, nos resultados diferenciados da saúde, especificamente durante a pandemia da COVID-19, no impacto exacerbado dos efeitos das mudanças climáticas, da degradação ambiental, e nas violações das leis internacionais vividas por mulheres e meninas negras e quilombolas”.

Também estiveram presentes autoridades do governo brasileiro, como a ministra Anielle Franco, o ministro Paulo Teixeira e a primeira-dama Janja Lula da Silva. Durante o evento, a ministra Anielle Franco destacou: “As mulheres são o esteio das comunidades quilombolas. São vocês, somos nós, mulheres, que sustentamos a coletividade, seja como agricultoras, guardiãs das sementes, como marisqueiras, apanhadoras de flores, de coco babaçu, de açaí, de buriti e de tantos outros bens que a natureza oferece”.

A coordenadora do coletivo nacional de educação da Conaq, Gilvânia Silva, também ressaltou: “Debatemos a realidade das mulheres quilombolas que é de vulnerabilidade diante das condições de vida das mulheres urbanas e das mulheres rurais. Nossa condição histórica nos coloca no lugar da violência, do racismo, do machismo, da pobreza e do desrespeito à nossa cultura, ancestralidade e nossos territórios”.

No último dia de evento, mulheres quilombolas leram e aprovaram uma carta escrita em conjunto durante o evento.

A ONU Mulheres trabalha na formação de plataformas para que mulheres quilombolas tenham participação política em espaços de nível federal, estadual e municipal, promovendo a igualdade de gênero em perspectivas de liderança. Por meio do projeto “Direitos humanos das mulheres indígenas e quilombolas: uma questão de governança!”, em parceria com Embaixada da Noruega, a ONU Mulheres visa promover os direitos humanos das mulheres indígenas e quilombolas no Brasil. Já com o projeto “Conectando Mulheres, Defendendo Direitos”, a ONU Mulheres visa promover melhores condições de atuação para as defensoras dos direitos humanos. Conheça mais sobre o trabalho da ONU Mulheres com mulheres quilombolas.