• Português

A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Dia da Mulher Afro-latinoamericana, afro-caribenha e da diáspora, um dia de celebração e visibilidade: a ONU Mulheres Brasil incentiva o empoderamento de meninas e jovens negras em diversas áreas



23.07.2021


Com o programa “Uma Vitória Leva à Outra”, da ONU Mulheres e do Comitê Olímpico Internacional, por meio do esporte, rodas de conversa sobre autoestima e autonomia e da produção de conteúdo sobre racismo, meninas e jovens negras podem se sentir confiantes para romper com violências de gênero e raça.  

 

Dia da Mulher Afro latinoamericana, afro caribenha e da diáspora, um dia de celebração e visibilidade: a ONU Mulheres Brasil incentiva o empoderamento de meninas e jovens negras em diversas áreas/noticias mulheres no esporte mulheres negras meninas igualdade de genero direitosdasmulheres

Na Rio 2016, Thaiza Vitória da Silva, então participante de “Uma Vitória Leva a Outra”, carregou a tocha olímpica e fez o revezamento com o então secretário-geral da ONU Ban Ki-moon
Foto: ONU Mulheres/Gustavo Stephan

 

O esporte pode ser uma ferramenta de integração e inclusão social ao promover a prática regular de atividades físicas em comunidades periféricas e atender meninas e jovens negras entre as beneficiárias. Esta é parte da trajetória do programa “Uma Vitória Leva à Outra (UVLO)”, iniciativa conjunta da ONU Mulheres e do Comitê Olímpico Internacional (COI) , em parceria com as ONGs Women Win e Empodera. O programa se iniciou em 2016, antecedendo as Olimpíadas no Rio de Janeiro, e é um dos legados olímpicos.

Na sua primeira fase, foram mais de 800 jovens em 20 Vilas Olímpicas, e, na sua segunda fase, serão 630 meninas em 8 localidades, participando do programa. O UVLO visa o fortalecimento da autoestima e da confiança de meninas e mulheres jovens por meio do estímulo à participação no esporte em áreas de maior vulnerabilidade social no Rio de Janeiro, em que o perfil demográfico é majoritariamente de meninas negras. Dentre das práticas esportivas estão o futebol, rugby, o voleibol, handebol, capoeira e ginástica rítmica. 

 

Dia da Mulher Afro latinoamericana, afro caribenha e da diáspora, um dia de celebração e visibilidade: a ONU Mulheres Brasil incentiva o empoderamento de meninas e jovens negras em diversas áreas/noticias mulheres no esporte mulheres negras meninas igualdade de genero direitosdasmulheres

Hingride de Jesus, de 21 anos, participou do programa Uma Vitória Leva à Outra em 2019 pela Federação Fluminense de Rugby e atualmente é Jovem Líder do programa pela mesma instituição. Na foto, ela encontra a jogadora Marta, em uma ação do programa para o Carnaval, em fevereiro de 2020.

 

Hoje, em sua segunda fase, “Uma Vitória Leva à Outra” está passando por mais uma Olimpíada, a de Tóquio 2020. O intuito é continuar fomentando a participação e a emancipação dessas meninas para chegar em Paris 2024 com ainda mais meninas e jovens adultas quebrando estereótipos de gênero e rompendo com ciclos de violência, entre eles o racismo.
 

Além da prática esportiva orientada por facilitadoras, o programa “Uma Vitória Leva à Outra” desenvolve currículo para fomentar habilidades para a vida de cada participante. Juntamente com atividades esportivas, a metodologia UVLO é implementada por organizações de base que promovem o esporte como ferramenta para o desenvolvimento, aliando práticas esportivas e rodas de conversas sobre autonomia, liderança, autoestima, educação financeira, saúde e direitos sexuais e reprodutivos, violência contra meninas e mulheres, raça e etnia, entre outros. Recentemente, no Fórum Geração Igualdade, Camilly Ferreira Santos contou como o esporte pode ampliar as perspectivas de meninas e adolescentes que vivem em periferias e comunidades. 

“Outra coisa que nós aprendemos no esporte também foi aprender a lidar com esses empecilhos, não somente do esporte. A gente aprendeu em oficinas teóricas como é lidar com esses empecilhos e saber contornar”, salientou Camilly Santos. Para a adolescente, compreender como acontecem as discriminações e identificar ferramentas para empoderamento e enfrentamento às situações adversas é algo transformador: “É não deixar aquilo tomar a nossa mente, mas conseguir ver uma saída a partir de tudo aquilo. Eu tenho muito a agradecer ao COI (Comitê Olímpico Internacional), ONU Mulheres, Empodera e Woman Win, porque vocês proporcionam para nós estes momentos. Estes momentos que são inesquecíveis e essas oportunidades que não encontramos em lugar nenhum esse ambiente que nós amamos estar e esses conhecimentos que, como eu disse, muito úteis para o nosso dia a dia”, completou a jovem. 

A brasileira fez parte do evento “Chamado de Paris: o esporte a favor da igualdade de gênero”, conclamando a continuidade de investimentos em esportes para meninas e mulheres em todo o mundo. Participaram do ato: a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka; o executivo Marc Pritchard, da Procter and Gamble; e representantes do Comitê Olímpico Internacional, da Fifa, do governo da Suécia, da Unesco e da EuroVision Sport.  

 

 

Mulheres negras no esporte – O reforço da memória das mulheres negras e da sua atuação é fundamental para fortalecer a autoestima, o sentimento de pertencimento e a confiança de meninas e jovens negras que podem se reconhecer nestas mulheres e, assim, terem mais forças para romper com um histórico ciclo de violências, de apagamento e invisibilidade. As meninas e jovens negras, quando inspiradas e vendo-se reconhecidas em todos os espaços, são impulsionadas a tentarem diferentes atividades e seguirem com seus sonhos. Um dos objetivos do programa é visibilizar figuras públicas que podem ser referências para estas meninas. 

O Dia da Mulher Afro-latinoamericana e Caribenha, 25 de julho, foi criado em 1992 em um encontro de mulheres negras em Santo Domingos, na República Dominicana, para chamar atenção às especificidades da vivência das mulheres negras. Por iniciativa do movimento de mulheres negras, julho também é um período de intensa mobilização pública – o Julho das Pretas – um momento especial em que movimentos e organizações celebram e visibilizam a trajetória de resistência das mulheres negras, propondo uma agenda colaborativa de atividades. 

 

Confira algumas das mulheres negras que fizeram e continuam fazendo história no esporte como forma de estímulo e inspiração para a próxima geração de mulheres negras.  

Daiane dos Santos 

É a primeira ginasta brasileira a conquistar uma medalha de ouro no Campeonato Mundial de Ginástica Artística. É autora de dois movimentos inéditos: o duplo twist carpado, ou Dos Santos I, e a evolução deste primeiro: o duplo twist esticado, ou Dos Santos II 

Serena Williams 

A tenista iniciou sua carreira quando tinha 14 anos. É a segunda maior ganhadora de torneios de tênis da história do esporte e a única mulher negra a conseguir o título.  

Formiga 

É a jogadora de futebol com mais participação em Jogos Olímpicos, totalizando sete edições. Em 2019, tornou-se também a jogadora, entre mulheres e homens, com maior número de participações em Copas do Mundo. 

Ketleyn Quadros 

Em 2008, a judoca foi a primeira mulher a ganhar uma medalha em esportes individuais para o país na história das Olimpíadas. Em Tóquio 2020, será a porta-bandeira da delegação brasileira. 

Alice Coachman 

Foi a primeira mulher negra a ganhar uma medalha de ouro em Olimpíadas em salto em altura em 1948 em Londres, Inglaterra.