Declaração: Centrar os direitos e as prioridades das mulheres e meninas na resposta humanitária
21.06.2023
Em todo o mundo, conflitos, violência, crises e fragilidade forçaram mais de 108 milhões de pessoas a fugir de suas casas; entre elas, 35,3 milhões de refugiados. Em comum a todos eles estão as esperanças de encontrar segurança, proteção e prosperidade e os temores de mais danos e perdas. Para as mulheres e meninas, esses temores muitas vezes se concretizam. O ACNUR estima que uma em cada cinco mulheres refugiadas e deslocadas internamente tenha sofrido violência sexual, com o consequente impacto profundo sobre os indivíduos e a estrutura de suas comunidades. As mulheres que se deslocam enfrentam separação familiar, estresse psicossocial e traumas, complicações de saúde – especialmente para mulheres grávidas -, danos físicos e lesões, bem como riscos de exploração e violência de gênero.
A desigualdade e a discriminação de gênero que as mulheres e meninas refugiadas enfrentam não estão apenas ligadas ao seu deslocamento forçado; elas também são uma causa sistêmica de conflito e vulnerabilidade, além do uso do estupro como arma de guerra.
Neste Dia, relembramos o tremendo impacto que décadas de violência, deslocamento e conflitos prolongados tiveram sobre os direitos e o bem-estar das mulheres. Temos o compromisso de continuar a construir parcerias sólidas com mulheres defensoras dos direitos humanos, mediadoras, construtoras da paz, líderes de associações lideradas por refugiados e organizações locais da sociedade civil feminina para ajudar mulheres e meninas refugiadas e repatriadas.
A ONU Mulheres está determinada a garantir que os direitos e as prioridades das mulheres e das meninas estejam no centro das respostas humanitárias e que as normas sociais discriminatórias e as práticas prejudiciais sejam transformadas, e estamos reforçando nossa capacidade de liderar esses esforços nas equipes humanitárias dos países. Esperamos um dia em que todos os sobreviventes de violência sexual, deslocados internos, mulheres e meninas refugiadas e repatriados tenham acesso à justiça e ao pleno reconhecimento de seus direitos humanos. E, ainda mais importante, para um dia em que nenhuma mulher ou menina esteja vulnerável à violência ou ao deslocamento.