Adolescente brasileira destaca esporte para empoderamento de meninas e mulheres jovens no Fórum Geração Igualdade Paris

02.07.2021

Fórum Geração Igualdade visa afirmar investimentos, programas e políticas de igualdade de gênero ousados e iniciar uma jornada de ação de cinco anos, com base em um Plano de Aceleração Global para a Igualdade de Gênero. Encontro segue até esta sexta-feira (2/7), em Paris 

 

Assista ao vídeo de Camilly Ferreira, do programa Uma Vitória Leva à Outra 

 

Uma das participações do Brasil no Fórum Geração Igualdade , que começou na quarta-feira (30/6), é com a adolescente brasileira Camilly Ferreira Santos, 17 anos, moradora de Saracuruna, no Rio de Janeiro. Integrante do programa Uma Vitória Leva à Outra, desenvolvido pela ONU Mulheres Brasil e o Comitê Olímpico Internacional, ela contou por meio de vídeo como o empoderamento de meninas e mulheres jovens pode ampliar as perspectivas de vida em periferias e comunidades. “Nós aprendíamos sobre assuntos muito diversos desde educação financeira até o conhecimento sobre o nosso próprio corpo e isso me fazia sentir mais conhecedora de mim mesma”, disse Camilly que está conectada ao programa desde 2019.

Em plena pandemia da Covid-19, a rede de meninas e mulheres jovens no esporte teve de se reinventar diante dos desafios do isolamento e do distanciamento sociais. “Nós aprendemos muito sobre comunicação, coisa que foi necessária vivendo este momento isolada, dentro de casa, com a nossa família. Nós não estávamos acostumadas, então, a nossa comunicação se desenvolveu demais. Nós precisávamos aprender a usar isso e conseguimos colocar isso em prática nessa quarentena”, considerou.

Camilly Ferreira assinalou para a comunidade internacional, reunida no Fórum Geração Igualdade, o quanto a mudança de visão sobre direitos e desigualdades fazem a diferença positiva quando compreendidos na infância ou na adolescência. “Outra coisa que nós aprendemos no esporte também foi aprender a lidar com esses empecilhos, não somente do esporte. A gente aprendeu em oficinas teóricas como é lidar com esses empecilhos e saber contornar”, salientou. Para a adolescente, compreender como acontecem as discriminações e identificar ferramentas para empoderamento e enfrentamento às situações adversas é algo transformador: “É não deixar aquilo tomar a nossa mente, mas conseguir ver uma saída a partir de tudo aquilo. Eu tenho muito a agradecer ao COI (Comitê Olímpico Internacional), ONU Mulheres, Empodera e Woman Win, porque vocês proporcionam para nós estes momentos. Estes momentos que são inesquecíveis e essas oportunidades que não encontramos em lugar nenhum esse ambiente que nós amamos estar e esses conhecimentos que, como eu disse, muito úteis para o nosso dia a dia”, completou. 

A brasileira fez parte do evento “Chamado de Paris: o esporte a favor da  igualdade de gênero”. Participaram do ato: a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka; o executivo Marc Pritchard, da Procter and Gamble; e representantes do Comitê Olímpico Internacional, da Fifa, do governo da Suécia, da Unesco e da EuroVision Sport. 

Fórum Geração Igualdade – Com a pandemia da COVID-19 ameaçando reverter o progresso global na igualdade de gênero, o Fórum de Igualdade de Geração em Paris visa afirmar investimentos, programas e políticas de igualdade de gênero ousados e iniciar uma jornada de ação de cinco anos, com base no Plano de Aceleração Global para a Igualdade de Gênero, anunciada na quarta-feira (30/6), na inauguração do Fórum Geração Igualdade.  Chefes e chefas de Estado e de Governo, organizações internacionais, sociedade civil, juventude e setor privado se reúnem, até esta sexta-feira (2/7), em Paris para fazer compromissos tangíveis para acelerar mudanças transformadoras. 

O evento de três dias incluirá um evento de abertura presencial para convidados e convidadas de alto nível, bem como mais de 110 eventos realizados pela ONU Mulheres, o Governo da França, jovens, sociedade civil, filantropia e setor privado. Uma sequência de eventos de “Coalizão de Ação” lançará compromissos e agendas de ação de cinco anos sobre tópicos que vão desde Violência de Gênero a Justiça e Direitos Econômicos, além do Pacto sobre Mulheres, Paz e Segurança e Ação Humanitária.