No Pan 2023, ONU Mulheres promove diálogo com governos e organizações esportivas sobre a fim da violência contra mulheres e meninas no esporte
06.11.2023
Fomentar o intercâmbio de inovações e boas práticas para promover a igualdade de gênero no esporte, bem como prevenir e eliminar a violência e a discriminação contra mulheres e meninas no contexto do esporte foi o objetivo do Diálogo Multissetorial sobre a Eliminação da Discriminação e da Violência contra Mulheres e Meninas no Esporte, organizado pela ONU Mulheres de Chile, Argentina e Brasil no âmbito dos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, realizado no Chile no dia 23 de outubro.
A atividade foi realizada no Pavilhão Cultural do Estádio Nacional do Chile, dentro do complexo esportivo dos Jogos Panamericanos, e concentrou-se especialmente na troca de experiências, práticas e conhecimentos em nível intra e interregional por meio de três paineis intitulados “Definindo a agenda: igualdade de gênero e violência contra mulheres e meninas no esporte na América Latina e no mundo”, “O que é necessário para eliminar a desigualdade e a violência contra mulheres e meninas no esporte? e “Como podemos aproveitar o poder do esporte para estabelecer normas sociais positivas e erradicar estereótipos de gênero para liberar o potencial das pessoas que praticam esportes.”
O evento contou com a participação de autoridades governamentais, como a Subsecretária de Esportes da Argentina, Antonia Illanes Riquelme, e a Vice-Ministra de Esportes do Equador, Daniela Quiroz. Também participaram pessoas que tomam decisões em organizações que gerem o esporte em nível nacional e regional, como a Coordenadora da Área Mulher no Esporte do Comitê Olímpico do Brasil, Isabel Swan, outras ex-atletas olímpicas, representantes da sociedade civil e especialistas em enfrentamento à violência da ONU Mulheres de Chile, Argentina e Brasil.
“É muito importante falar sobre a eliminação da violência porque ainda não alcançamos a igualdade de gênero no esporte. As mulheres que trabalham no esporte precisam de mais espaços e mais visibilidade, temos muito trabalho a fazer para garantir a inclusão e alcançar espaços sem violência e sem qualquer tipo de assédio e abuso”, avaliou Isabel Swan, que além do trabalho no COB também integra a Comissão de Atletas da PANAM.
“Um dos passos fundamentais para colocar esse tema na mesa é ter esses espaços onde falamos não só das causas que limitam e condicionam a participação de meninas no esporte, mas também em posições de liderança, onde os Estados e os Comitês têm um grande trabalho para fortalecer a participação das mulheres na tomada de decisões. Parte da não participação das mulheres se deve a questões de discriminação e violência, e é por isso que é importante adotar ações e protocolos que permitam não apenas entender ou medir quando ocorre um caso de violência, mas, acima de tudo, como preveni-la. As mulheres estão se tornando cada vez mais visíveis e essa visibilidade deve ser completa”, disse Daniela Quiroz, Vice-Ministra do Esporte do Equador.
Iona Rothfeld, futebolista chilena que integrou a seleção feminina de futebol do Chile, e atualmente é membra fundadora e presidente da Associação Nacional de Jogadoras de Futebol Feminino (ANJUFF), valorizou o diálogo e as trocas de conhecimento durante o evento: “São instâncias que não tínhamos, onde podemos compartilhar experiências e boas práticas e identificar barreiras e como superá-las juntas”.
Durante o encontro, foi enfatizada a importância de aproveitar a capacidade do esporte de desafiar estereótipos nocivos de gênero e normas sociais adversas, além de proporcionar outros benefícios, incluindo o bem-estar físico e mental das praticantes e novas oportunidades por meio da educação, do treinamento vocacional, da formação de redes e da liderança.