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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Igualdade de gênero, direitos e políticas públicas são temas de debate com venezuelanas em Roraima



23.06.2023


Atividade foi realizada no dia 20 de junho, Dia Mundial das Pessoas Refugiadas, e reuniu mulheres migrantes atendidas pelo programa conjunto Moverse

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A atividade foi realizada pela ONU Mulheres a partir do Programa Moverse (Foto: Lairyne Silva/ONU Mulheres)

Mulheres venezuelanas refugiadas e migrantes que assumem papel de liderança em suas comunidades estiveram reunidas no último dia 20 em Boa Vista (RR) para compartilhar experiências, construir diálogos e fortalecer vínculos em favor da garantia de seus direitos no Brasil. A atividade foi promovida pela ONU Mulheres por meio do programa conjunto Moverse e contou com a participação de mulheres em diferentes locais do Brasil, de forma híbrida. A ação marcou o Dia Internacional de Pessoas Refugiadas.

O encontro fez parte de um conjunto de ações voltadas para a mobilização de mulheres refugiadas e migrantes venezuelanas para que saibam mais sobre seus direitos e participem ativamente dos ambientes de tomada de decisão nas comunidades onde estão inseridas.

“A atividade endereçou um desafio presente na vida de mulheres refugiadas e migrantes, que é o acesso igualitário aos serviços públicos, às oportunidades de trabalho e aos espaços de decisão. Por meio de iniciativas que promovam espaços seguros para compartilharem suas experiências, as mulheres fortalecem suas redes de proteção e desenvolvem recursos para incidir por políticas públicas igualitárias”, afirmou a Especialista em Transversalização de Gênero da ONU Mulheres, Mariana Cursino.

Vanessa foi uma das lideranças presentes na atividade. Atualmente, ela é líder de um coletivo que busca melhorias no acesso a serviços públicos. “Comemorar essa data tão importante discutindo com outras mulheres sobre esse assunto é muito gratificante e nos faz lembrar de todos os desafios que precisamos vencer diariamente. No bairro onde eu moro, vivem muitos migrantes e isso nos motivou a lutar por melhorias. Acesso à saúde, educação, trabalho e saneamento básico, são uns dos principais desafios que buscamos melhorar”, destacou.

Desigualdades na interiorização – Dados da pesquisa Oportunidades e desafios à integração local de pessoas de origem venezuelana interiorizadas no Brasil durante a pandemia de Covid-19 também foram apresentados durante a atividade e estimularam o debate sobre as desigualdades de gênero e como elas impactam a vida das pessoas refugiadas e migrantes que saem de Roraima para outros estados do Brasil – no processo chamado de interiorização. Participando remotamente, a especialista em Empoderamento Econômico na ONU Mulheres, Flavia Muniz, destacou as desigualdades em diferentes áreas, como acesso ao mercado formal de trabalho, aos serviços de saúde e educação, e a integração socioeconômica como um todo.

“Ser mulher venezuelana refugiada no Brasil é muito diferente de ser um homem venezuelano refugiado no Brasil. Um dos pontos que podemos falar é sobre segurança e violência, pois, para uma mulher refugiada, existem vários perigos que não existem para homens refugiados”, destacou. “Outro ponto é a autonomia financeira e podemos perceber tudo isso estudando a estratégia de interiorização. Homens venezuelanos têm salários mais altos que as mulheres Venezuelanas, em ainda maior proporção do que quando comparamos com a diferença salarial entre os gêneros no Brasil.”, completou.

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Em formato híbrido, o evento buscou promover a reflexão sobre importância da igualdade de gênero no contexto migratório (Foto: ONU Mulheres Brasil / Lairyne Silva)

Sobre o Moverse – Iniciado em setembro de 2021, o programa conjunto MOVERSE – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil é implementado por ONU Mulheres, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio do Governo de Luxemburgo. O objetivo geral do programa, com duração até dezembro de 2023, é garantir que políticas e estratégias de governos, empresas e instituições públicas e privadas fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes. Para alcançar esse objetivo, a iniciativa é construída em três frentes. A primeira trabalha diretamente com empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. A segunda aborda diretamente mulheres refugiadas e migrantes, para que tenham acesso a capacitações e a oportunidades para participar de processos de tomada de decisões ligadas ao mercado laboral e ao empreendedorismo. E a terceira frente trabalha também com refugiadas e migrantes, para que tenham conhecimento e acesso a serviços de resposta à violência baseada no gênero. Para receber mais informações sobre o Moverse e sobre a pauta da migração e refúgio de mulheres no Brasil, cadastre-se na newsletter do programa em http://eepurl.com/hWgjiL