Com apoio da ONU Mulheres, venezuelanas são capacitadas para o mercado formal de trabalho
22.06.2023
Parceria entre ONU Mulheres, Operação Acolhida e Senac ofereceu cursos de Cuidado com Pessoas Idosas e Introdução à Logística
Um grupo de 26 mulheres venezuelanas celebrou importante conquista no último dia 19, em Boa Vista (RR). Todas receberam certificados de Cuidados com Pessoas Idosas e Introdução à Logística, cursos oferecidos por meio de parceria entre ONU Mulheres, a Operação Acolhida e Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
Os cursos fazem parte de um conjunto de qualificações oferecidas pela ONU Mulheres por meio do programa Moverse, implementado conjuntamente com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o apoio do Governo de Luxemburgo. Com 40 horas de duração, o curso de Introdução à Logística foi ministrado por profissionais do Senac no Centro de Capacitação e Educação (CCE) da Operação Acolhida. Já o curso de Cuidado com Pessoas Idosas, também com 40 horas de duração, foi oferecido no Senac Saúde.
Rosangel foi uma das formandas em Introdução à Logística. Ela chegou há cinco meses ao Brasil e faz planos para ingressar no mercado de trabalho. “Eu fiz o curso de Introdução à logística pois é uma área que me identifico. Na Venezuela, eu trabalhava como vendedora e tive que deixar tudo para trás e sair em busca de um novo futuro. A experiência do curso foi muito boa e percebi que muitas coisas que aprendemos aqui são diferentes de como eu trabalhava. Agora me sinto preparada para trabalhar e seguir adiante”, comemorou.
Há três meses morando em Boa Vista (RR), Yarusma trabalhava como atendente na Venezuela e jamais havia se imaginado em outra profissão. Porém, quando lhe ofereceram uma vaga no curso de Cuidado com Pessoas Idosas, ela viu no curso uma possibilidade a mais para conseguir sua autonomia financeira. Aguardando uma vaga no processo de realocação voluntária para outro estado do Brasil, no processo chamado de interiorização, ela acredita que os conhecimentos adquiridos vão ajudá-la nessa nova fase da vida. “Hoje me sinto capacitada para atuar também como cuidadora de pessoas idosas e me sinto muito agradecida por ter feito essa qualificação. Os cursos que nos oferecem são importantes para nos capacitar para vagas de emprego. Sem qualificação e estudo, nós não iremos conseguir. É uma aprendizagem a mais que nos prepara para o mercado”, afirmou.
Para a Especialista em Transversalização em Gênero da ONU Mulheres, Mariana Cursino, são necessários esforços coordenados para alcançar impactos significativos na vida das mulheres. “A parceria com a Força Tarefa nas capacitações profissionais faz parte do trabalho conjunto para mitigar as barreiras ao acesso igualitário de mulheres refugiadas e migrantes às oportunidades de trabalho, seja localmente ou por meio de estratégias de interiorização”, afirmou.
Apenas no período de janeiro a junho de 2023, foram oferecidos 22 cursos no CCE, totalizando 688 pessoas capacitadas. Segundo a Major Roberta Simões, chefe de célula do CCE, os cursos contribuem para a integração socioeconômica dessas pessoas no Brasil. “Todas as parcerias são importantes para termos bons resultados. Sem esse apoio, não existiria a Operação Acolhida. Temos vários atores que trabalham de forma integrada e o resultado são centenas de homens e mulheres capacitados e prontos para começarem uma nova vida no Brasil”, destacou.
Sobre o Moverse – Iniciado em setembro de 2021, o programa conjunto MOVERSE – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil é implementado por ONU Mulheres, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio do Governo de Luxemburgo. O objetivo geral do programa, com duração até dezembro de 2023, é garantir que políticas e estratégias de governos, empresas e instituições públicas e privadas fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes. Para alcançar esse objetivo, a iniciativa é construída em três frentes. A primeira trabalha diretamente com empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. A segunda aborda diretamente mulheres refugiadas e migrantes, para que tenham acesso a capacitações e a oportunidades para participar de processos de tomada de decisões ligadas ao mercado laboral e ao empreendedorismo. E a terceira frente trabalha também com refugiadas e migrantes, para que tenham conhecimento e acesso a serviços de resposta à violência baseada em gênero. Para receber informações sobre o Moverse, inscreva-se na newsletter em http://eepurl.com/hWgjiL