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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Trabalho da ONU Mulheres em parceria com a ONG Criola inclui perspectiva antirracista ao programa Uma Vitória Leva à Outra



15.07.2022


Trabalho da ONU Mulheres em parceria com a ONG Criola inclui perspectiva antirracista ao programa Uma Vitória Leva à Outra/violencia contra as mulheres uma vitoria leva a outra onu mulheres noticias mulheres no esporte

Mônica Sacramento, coordenadora de projetos da ONG Criola, em encontro com as alunas do UVLO. Foto: Criola/Júlia Tavares

 

O programa Uma Vitória Leva à Outra (UVLO), iniciativa conjunta da ONU Mulheres e do Comitê Olímpico Internacional, usa o esporte como ferramenta para empoderar meninas e jovens mulheres e para eliminar a violência de gênero. Para abordar as dimensões de gênero e raça, a ONU Mulheres buscou a expertise da ONG Criola, que há 30 anos trabalha na defesa e promoção dos diretos das mulheres negras. 

“O trabalho conjunto de Criola com a ONU Mulheres vem da percepção de que é fundamental para as alunas do programa Uma Vitória Leva à Outra, em sua maioria negras, terem a possibilidade de estabelecer laços com outras mulheres negras que lhes ofereçam exemplos de vida e inspiração sobre o ativismo antirracista e o enfrentamento ao racismo patriarcal cis-heteronormativo”, explica Mônica Sacramento, que atua em Criola como coordenadora de projetos que dizem respeito a jovens mulheres negras, violência política, possibilidades de ativismo e de fomento a organizações de mulheres.  

 

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A ONG Criola promoveu encontros intergeracionais entre mulheres negras ativistas e alunas do programa Uma Vitória Leva à Outra. Foto: Criola/Júlia Tavares

 

Seguindo a metodologia do programa UVLO, que alia práticas esportivas com oficinas de habilidades para a vida, Criola desenvolveu o Módulo de Enfrentamento ao Racismo, composto por oito sessões e voltado para meninas e jovens mulheres negras que já completaram o Módulo Fundamentos. Este novo módulo traz orientações pedagógicas, propostas de práticas esportivas e também uma abordagem mais aprofundada sobre a questão racial. 

“Criola entrou com uma expertise do ativismo antirracista e a preocupação específica com as mulheres negras, que são as mais vilipendiadas na nossa sociedade, e agregou ao programa esses elementos de reflexão sobre a realidade das meninas, sobre como o racismo afeta as suas trajetórias e suas escolhas em todos os âmbitos da vida em sociedade”, avalia Mônica. 

Outro conteúdo elaborado por Criola no marco do Uma Vitória Leva à Outra foi o LabAtivismo, realizado de forma híbrida no primeiro semestre de 2022. Além das reuniões virtuais, o projeto também incluiu dois encontros presenciais nos quais as participantes puderam conhecer mulheres negras que atuam na política e na liderança de movimentos sociais. O primeiro encontro foi realizado em um hotel no centro do Rio de Janeiro para fortalecer a ideia de direito à cidade, já que as participantes vêm de territórios periféricos. A programação reuniu oficinas sobre prática corporal, teatro, gestão de projetos e escrita criativa.  

 

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Participantes e professoras do UVLO no I Encontro Presencial do LabAtivismo Criola, em março de 2022. Foto: Criola/Júlia Tavares

 

Durante o LabAtivismo, e a partir dos temas abordados nos encontros, as alunas também elaboraram projetos para serem implementados em suas comunidades. Cinco projetos foram selecionados e receberam financiamento, fazendo com que mais meninas pudessem se reconhecer como agentes de transformação em seus territórios – um dos pilares da metodologia UVLO.  

As atividades do LabAtivismo incluíram também uma campanha desenvolvida pelas jovens e intitulada “Se te machuca, é violência”, com peças de comunicação elaboradas em torno de temas como violência e preconceito, que foram compartilhadas nas redes sociais.  

“Um dos principais objetivos de todo esse trabalho é criar possibilidades de fazer parte de redes e construir trabalhos coletivos comuns. Isso auxilia para que essas meninas e jovens mulheres negras tomem para si o papel de protagonistas, tanto de suas ações quanto de suas trajetórias individuais, e para que se entendam como sujeitas de direitos e cidadãs com possibilidade de atuar em prol da transformação social”, afirma Mônica. “Todos esses elementos criam uma ambiência de socialização e participação política que, para a trajetória individual, parece ser muito interessante para essas jovens”, completa.