Sebrae se une à ONU para fortalecer empreendedorismo das mulheres
25.07.2018
Formalização da iniciativa, que incentiva práticas para empoderamento das mulheres na sociedade e na economia, terá palestras
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Nos últimos dois anos, as mulheres vêm consolidando um papel de protagonistas no universo do empreendedorismo brasileiro. Pesquisas conduzidas pelo Sebrae, como a Global Entrepreneurship Monitor (GEM) e o Anuário do Trabalho nos Pequenos Negócios, mostram que desde 2017 as mulheres superaram os homens na abertura de empresas e já são maioria entre os trabalhadores com carteira assinada nos pequenos negócios. Em sintonia com esse avanço, o Sebrae assina, no próximo dia 27 de julho, a carta de adesão aos “Princípios de Empoderamento das Mulheres”, da ONU Mulheres e do Pacto Global das Nações Unidas, cuja finalidade é compartilhar poder às mulheres para que participem de forma plena da vida econômica em todos os setores e em todos os níveis da economia brasileira.
Com essa decisão, o Sebrae passa a integrar um grupo de mais de 170 entidades públicas e empresas que incorporaram em seus negócios valores e práticas que visam à equidade de gênero e a consolidação do papel das mulheres na sociedade e na economia. Hoje, as mulheres representam 24 milhões de empreendedoras no Brasil, número pouco inferior ao universo masculino, que é de 25,4 milhões. No entanto, entre os pequenos negócios iniciados nos últimos três anos e meio, elas lideram o ranking, com 14,2 milhões em relação aos homens, que somam 13,3 milhões. O dado adverso é que elas continuam com remuneração menor que os homens, apesar de serem mais escolarizadas.
Com pós-doutorado em Química, Natália Cristina Santos Costa decidiu se tornar empreendedora ao assumir o estabelecimento do pai, o Skina Restaurante e Pizzaria, em Capitólio (MG). “A minha decisão foi ficar perto da minha família e, porque não, auxiliar meu pai que já vem desenvolvendo o negócio há tanto tempo (40 anos)”, afirma Natália. Assim como o pai, Natália fez vários cursos, participou de bootcamp, Sebraetec (design de ambiente) e vai iniciar o Empretec. Agora, ela planeja expandir o negócio: “Atualmente, abrimos somente no turno da noite, mas após uma reforma, vamos funcionar o dia todo”, explica a empreendedora.
Princípios – Os Princípios de Empoderamento das Mulheres consistem em sete princípios orientadores voltados ao empoderamento econômico das mulheres a serem adotados por todos os seus signatários. O documento será assinado pela diretora técnica e presidente em exercício do Sebrae, Heloisa Menezes, com a presença da representante da ONU Mulheres no Brasil, Nadine Gasman, no próximo dia 27. Na ocasião, também acontecerá, na sede do Sebrae, em Brasília, um painel para debater sobre o tema: “Empreendedorismo feminino – desafios e oportunidades”, com as presenças da ganhadora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócio 2013, Ágda Oliver, e da líder da Rede das Mulheres Empreendedoras, Ana Fontes.
“É fundamental que o Sebrae faça parte dessa iniciativa, por atuar no fomento ao empreendedorismo feminino, que faz com que a mulher alcance, entre outros objetivos, sua liberdade econômica e contribua de forma decisiva e inovadora com a geração de emprego e renda no País”, afirma Heloisa Menezes. “Muitas vezes, elas se encontram em uma situação de risco e ameaçadas pela violência doméstica por não terem remuneração e, a partir do momento que conquistam sua própria renda, mudam essa condição e constroem uma nova história”, acrescenta.
Para Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, “a adesão do Sebrae possibilita fortalecer o empoderamento econômico das mulheres a partir de ações específicas para a igualdade de gênero, raça e etnia e o fechamento de brechas que impedem as mulheres de obter a rentabilidade máxima do seu trabalho e da geração de riquezas equilibrada nas cadeias produtivas”.
A representante da ONU Mulheres Brasil destaca, ainda, que a parceria com o Sebrae é importante para trocas de conhecimento e oportunidades de negócios entre empreendedoras do Brasil, América Latina e Europa por meio do programa regional Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero Significa Bons Negócios. “Há potencial de trocas estratégicas entre o Sebrae e suas parceiras diretas, o grupo de empresas signatárias e a rede de empreendedoras do Brasil e do exterior por meio do programa regional Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero significa Bons Negócios, desenvolvido pela ONU Mulheres, OIT e União Europeia em seis países da América Latina e Caribe, incluindo o Brasil”.
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