Primeiro-ministro do Canadá é convidado a se juntar ao movimento da ONU Mulheres, ‘ElesPorElas’
21.03.2016
Nesta semana, o primeiro-ministro Justin Trudeau visitou a sede das Nações Unidas durante a 60ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres. Mais uma vez, o líder canadense defendeu a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres
Durante a 60ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres, a sede das Nações Unidas recebeu um líder mundial que tem chamado atenção por seus esforços para promover a igualdade de gênero. Ele acredita que ninguém deve ter medo da palavra ‘feminista’. Pelo contrário, o político, mesmo sendo homem, já usou o termo várias vezes para descrever a si mesmo.
Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, não poderia ficar de fora do maior fórum intergovernamental sobre a situação das mulheres no mundo. Na quarta-feira (16), ele se encontrou com a diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, para participar de Apelo Global por Ação pela Igualdade Salarial. A iniciativa também conta com o apoio dos governos da Islândia e da Suécia, além de especialistas e personalidades.
“Precisamos desafiar as pessoas a tomar um passo decisivo (para alcançar a paridade de gênero)!”, afirmou o primeiro-ministro durante o evento. Trudeau foi aclamado mundialmente, no ano passado, após responder por que tinha determinado que seu gabinete fosse composto metade por homens, metade por mulheres: “Porque estamos em 2015”.
Ao longo do debate, Trudeau foi convidado pela chefe da agência das Nações Unidas a se juntar oficialmente ao movimento “ElesPorElas”, lançado há mais de um ano para mobilizar o mundo na luta pela igualdade de gênero.
“Nós insistimos na ONU Mulheres que a luta pela igualdade de gênero não é apenas para mulheres, é para todos e para aqueles com autoridade e poder, especialmente. Eles têm que liderar à frente”, disse Mlambo-Ngcuka. “O primeiro-ministro tinha autoridade para indicar um gabinete 50-50. Líderes devem usar a autoridade que eles têm”.
“Para qualquer líder mundial que me diz: ‘Eu adoraria (implementar a paridade de gênero), eu simplesmente não posso fazer isso na atual configuração’… Eu digo: “Bem, o que vocês está fazendo para mudar essa configuração e destacar essas mulheres extraordinárias que não são as líderes que nós precisamos que elas sejam?”, contou Trudeau.
O primeiro-ministro reconheceu que o Canadá ainda precisa “fazer mais” para reduzir a desigualdade salarial que afeta o público feminino e para enfrentar a violência contra as mulheres, particularmente contra as indígenas.
“Essa luta é grande, ela precisa ser diversificada. E mobilizar e trabalhar com homens e meninos têm sido uma estratégia crítica para a ONU Mulheres”, disse Mlambo-Ngcuka.
Para a chefa da ONU Mulheres, legislações nacionais são fundamentais para acabar com a discriminação e alcançar os Objetivos e Desenvolvimento Sustentável (ODS), que incluem a erradicação da violência de gênero.