Pequim + 30: ONU Mulheres e Câmara dos Deputados inauguram exposição sobre igualdade de gênero
19.02.2025
Mostra revisita avanços e desafios desde a 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada no ano de 1995 em Pequim
A ONU Mulheres e a Câmara dos Deputados inauguraram, nesta terça-feira (18), a exposição “Pequim+30 e a Igualdade de Gênero no Legislativo Brasileiro”, no corredor Teresa de Benguela, que liga dois dos espaços mais movimentados da Casa. A mostra relembra a participação do Brasil na 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, realizada na capital chinesa em 1995, com destaque para os avanços nos direitos das mulheres nas últimas três décadas e os desafios avistados para os próximos anos.
“Para nós, é uma emoção muito grande ocupar um espaço dessa importância no Parlamento brasileiro, que é o locus de iniciativas legislativas que respondem aos desafios colocados nas 12 áreas da Plataforma de Ação adotada em Pequim. Ela segue sendo um documento revolucionário para os direitos de todas as mulheres, mas também precisa de instituições de Estado, como o Congresso Nacional, para garantir sua continuidade”, frisou a representante interina da ONU Mulheres no Brasil, Ana Carolina Querino. Ela lembrou também que leis como a Lei Maria da Penha e a Lei do Feminicídio têm contribuído para garantir o legado da Conferência de Pequim.
A cerimônia de inauguração contou também com a presença das deputadas Sâmia Bomfim, que abriu os trabalhos, e de Benedita da Silva, Jandira Feghali e Laura Carneiro, que participaram da Conferência em Pequim e continuam atuantes na defesa dos direitos das mulheres no Brasil.
“Nossa maior preocupação é que esses avanços permaneçam e que a gente não tenha nenhum tipo de retrocesso. Isso depende primordialmente da representação feminina no Parlamento. Por isso buscamos que ela seja cada vez mais forte, duradoura e com capacidade de fazer com que a legislação efetivamente transforme vidas”, destacou Laura Carneiro.
Segundo Jandira Feghali, participar da Conferência de Pequim garantiu muitos aprendizados, principalmente nas trocas entre a delegação oficial e a sociedade civil. “Foi lá que ganhou corpo o conceito de feminilização da pobreza. Falava-se de pobreza, mas não havia recorte de gênero. Depois, veio o recorte de raça”, lembrou a parlamentar, que foi uma das relatoras da Lei Maria da Penha no Congresso. Por outro lado, ressaltou, é necessário avançar nas discussões sobre a violência política de gênero, que não estavam presentes à época e se mostram cada vez mais urgentes.
“Nós não podemos esperar mais 30 anos para acabar com as desigualdades. O caminho para a igualdade é coletivo, e cabe a nós parlamentares garantir que essa luta siga acontecendo, para que nós mulheres possamos ser protegidas em nossos direitos”, finalizou Benedita da Silva. A parlamentar também é coordenadora-geral da Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados, que viabilizou a produção e montagem da exposição na Casa.
A mostra integra a programação especial do Dia Internacional da Mulher e permanecerá aberta ao público até o dia 19 de março, com entrada gratuita.