ONU Mulheres participa do I Encontro de Negras Jovens Feministas da Região Sul
31.07.2022
Organizado pela Rede de Mulheres Negras do Paraná (RMN-PR), o evento contou com a participação de representantes de organizações e redes de defensoras de direitos humanos dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo
A ONU Mulheres esteve presente em uma das atividades da intensa programação do Julho das Pretas da Rede de Mulheres Negras do Paraná (RMNP-PR). Entre os dias 15 e 17 de julho, a equipe de ONU Mulheres se reuniu com representantes de organizações e redes de defensoras de direitos humanos dos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e parceiras de São Paulo, para o I Encontro de Negras Jovens Feministas da Região Sul, que aconteceu em Curitiba.
Uma das organizações apoiadas pela ONU Mulheres no âmbito do projeto “Conectando Mulheres, Defendendo Direitos”, apoiado pela União Europeia, a Rede de Mulheres Negras do Paraná (RMN-PR) criou uma programação costurada pelo tema “de onde viemos e para onde vamos”, que contou com roda de conversa sobre historiografia do movimento negro brasileiro, além de debate sobre a participação e formação das mulheres negras jovens nas organizações.
Durante um fim de semana de muitas trocas e envolvidas em um espaço seguro de acolhimento, as jovens puderam debater e refletir sobre pautas históricas do movimento negro que ainda são muito atuais, como o acesso a serviços públicos básicos de assistência social, saúde, educação, trabalho e renda; educação étnico-racial, racismo estrutural; e saúde mental da população negra. Neste ponto, foi consenso a constatação da sobrecarga que as mulheres negras sofrem, em especial lideranças de organizações defensoras de direitos humanos.
Demandadas grande parte do tempo em todos os espaços que se encontram, seja no trabalho, na universidade, na família, no bairro e nas organizações e movimentos sociais, as mulheres negras presentes afirmaram que a sobrecarga leva à exaustão física e mental. A partir dessa perspectiva, a saúde mental passou a ocupar um espaço central na roda de conversa, com trocas feitas com o intuito de buscar meios de priorizar o equilíbrio dessas demandas.
No segundo dia do Encontro, a ONU Mulheres facilitou uma oficina sobre escrita de projetos. Durante a atividade foi discutida a necessidade de que as lideranças atuais comecem o processo de “passagem do bastão” para lideranças mais jovens. Para além disso, foi discutida a necessidade de se pensar em como formar novas lideranças. A partir da Teoria da Mudança, uma importante metodologia de planejamento, o grupo construiu coletivamente uma “lógica de intervenção de projetos”, partindo do problema “falta de lideranças negras jovens”. “O resultado foi enriquecedor e ficou evidente que é necessário trabalhar acesso a trabalho e renda, apoio psicológico e acolhimento, escuta das jovens e suas necessidades, letramento racial como alguns dos elementos centrais para o alcance desse objetivo”, destacou Debora Albu, gerente do projeto “Conectando Mulheres, Defendendo Direitos”.
Como encaminhamentos do Encontro serão desenvolvidas açõs nos territórios de cada participante, atividades virtuais formativas envolvendo a Região Sul como um todo, e a participação no 3º Encontro das Negras Jovens Feministas, previsto para 2024.