ONU Mulheres para Américas e Caribe quer ampliar articulação sobre agenda de mulheres negras na região

02.07.2015

Proposta de trabalho comum é evidenciar agenda das mulheres negras na 60ª Sessão da Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres, que acontecerá em março de 2016, em Nova Iorque, além de intensificar trocas sobre políticas com recorte de gênero com países africanos e visibilizar Década Internacional das e dos Afrodescendentes

 

“O Brasil presidirá a próxima Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres e temos uma grande expectativa com relação à igualdade racial, porque o país leva esse tema naturalmente. Raça ainda tem pouco espaço na agenda internacional”, considerou a diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho. A afirmação foi feita durante audiência com a ministra de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Nilma Gomes, no dia 22 de junho, em Brasília. O encontro foi acompanhado pela representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman.

A CSW é a Comissão da ONU sobre a Situação das Mulheres, instância que obteve novo papel, em março deste ano, para a apresentação de indicadores de progresso dos países sobre políticas para as mulheres. A diretora relembrou o papel decisivo do Brasil no encontro, realizado em março deste ano, quando o país foi contundente de que o mundo deve avançar e olhar para o futuro com mais comprometimento com as mulheres e meninas.

“O discurso feito pela secretária executiva da SPM, Linda Goulart, foi muito forte e decisivo para mostrar o que mudou nos últimos 20 anos. Nesse período, temos a afirmação das diversidades, como raça e juventude”, recuperou Carvalho ao registrar os atos na CSW em comemoração aos 20 anos da Plataforma de Ação de Pequim.

A ministra Nilma Gomes elencou os quatro eixos prioritários da Seppir: ações afirmativas, juventude, mulheres negras e internacionalização. Citou as negociações com Moçambique e Cabo Verde para troca de experiências em gestão e o foco da Secretaria em dar visibibilidade política para a Década Internacional das e dos Afrodescendentes, criada pela ONU e vigente de janeiro de 2015 a dezembro de 2024. “Quero contribuir para a pauta das mulheres negras e podemos pensar como trabalhar mais junto com a ONU Mulheres na América Latina e Caribe”, disse.

A ministra da Igualdade Racial informou o apoio do órgão à Marcha das Mulheres Negras, que acontecerá, em 18 de novembro, em Brasília.

Missão oficial –  Em sua primeira missão oficial ao Brasil, a diretora da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho, teve agenda de compromissos em Brasília, São Paulo, Foz do Iguaçu e Rio de Janeiro, de 22 a 26 de junho. Investida no cargo desde setembro de 2014, Luiza Carvalho tem dedicado parte da agenda em missões na América Latina e Caribe para estreitar laços diplomáticos e ampliar a interlocução com autoridades, empresas e sociedade civil em favor do mandato da ONU Mulheres: a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.