• Português

A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

ONU Mulheres inaugura rodas de conversa para venezuelanas abrigadas em Roraima



26.08.2019


Encontros semanais nos abrigos Rondon 1, São Vicente e Rondon 3 colaboram para a integração de venezuelanas migrantes, solicitantes de refúgio e refugiadas. Iniciativa iniciou em julho de 2019

ONU Mulheres inaugura rodas de conversa para venezuelanas abrigadas em Roraima/principios de empoderamento das mulheres planeta 50 50 noticias mulheres refugiadas empoderamento economico direitos humanos direitosdasmulheres cidade 50 50 brasil5050 brasil 50 50 acao humanitaria

Baseada na metodologia “Espaços Seguros”, ONU Mulheres e mulheres venezuelanas constroem dinâmicas sobre empoderamento e liderança
Foto: ONU Mulheres Brasil

Cerca de 180 mulheres venezuelanas são as primeiras beneficiadas de rodas de conversas, baseadas na metodologia Espaços Seguros, organizadas semanalmente pela ONU Mulheres Brasil em Roraima. Desde julho, elas dispõem de momentos para compartilhar suas histórias e medidas para reconstruírem suas vidas no Brasil, ligando-se umas às outras na discussão de suas necessidades e desafios no contexto humanitário brasileiro.

“Quando as venezuelanas chegam ao Brasil, uma grande barreira é a língua. Então, prestar esse atendimento, com uma pessoa que sabe falar Espanhol, auxiliando de forma mais cuidadosa, abre caminhos para essas mulheres”, explica Tamara Jurberg, gerente de Projetos de Ação Humanitária da ONU Mulheres Brasil baseada em Roraima.

As rodas de conversa têm duração de três meses, com uma reunião por semana, totalizando 12 encontros. O primeiro encontro ocorreu no abrigo Rondon 1, em 10 de julho, já contou, até o momento, com a participação de 52 mulheres venezuelanas. Direitos (humanos, das mulheres, das migrantes e refugiadas, sexuais e reprodutivos, entre outros) são as questões mais pontuais que precisam ser trabalhadas nas oficinas do abrigo Rondon 1, que já conta cinco encontros realizados. As atividades no abrigo São Vicente tiveram início em 26 de julho, abordando, além dos direitos, assuntos como higiene e saneamento por quase 80 mulheres participantes de três encontros. O grupo mais recente, iniciado em 1º de agosto, com 47 venezuelanas do abrigo Rondon 3, escolheu o acesso à saúde como principal ponto a ser tratado nas dinâmicas.

A proposta é atender mulheres venezuelanas em situação de migração de diferentes localidades, oferecendo conhecimento e inclusão. A principal metodologia é a de construção compartilhada dos conteúdos, na visão das mulheres venezuelanas que participam das dinâmicas. Dessa maneira, um encontro inicial é realizado e, a partir desta reunião, são as migrantes que escolhem as temáticas das próximas conversas, diferentes em cada abrigo, de acordo com as necessidades, interesses e desafios de cada grupo.

Criar espaços para dar projeção às vozes das mulheres e permitir que elas participem de forma ativa dos rumos do grupo empodera migrantes e refugiadas. Ao se engajarem para discutir suas necessidades e, juntas, formular soluções para seus problemas, as mulheres trazem aos atores da resposta humanitária maior responsabilidade de adequar suas ações em atenção às mulheres.

Segundo Tamara Jurberg, a questão dos direitos no Brasil é uma das grandes demandas vindas das mulheres venezuelanas. “Elas querem conhecer os direitos de imigrantes, refugiadas e refugiados, os direitos das mulheres, direitos sexuais e reprodutivos, de violência de gênero, entre outros. Ao trazer essas informações, nós trabalhamos com proteção também”, completa Tamara Jurberg.

A equipe humanitária da ONU Mulheres Brasil procura trabalhar sempre em parceria com a equipe gestora dos abrigos, a Associação Voluntários para o Serviço Internacional (AVSI). A ideia é definir, a partir do primeiro encontro, as temáticas das dinâmicas em colaboração com as próprias participantes das rodas de conversa. As oficinas podem ser ministradas pela própria ONU Mulheres, que, a depender do tema escolhido por cada grupo, também conta com o auxílio de outras agências e instituições, tais como a, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR),o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e o Médicos Sem Fronteiras.

Desenvolvimento sustentável – A iniciativa das rodas de conversa se relaciona ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável n. 5, para a igualdade de gênero e empoderamento das mulheres, e ao ODS n. 16, para a promoção de sociedades pacíficas e inclusivas e o acesso à justiça.