No #DiaLaranja, ONU Brasil defende atenção especializada a mulheres indígenas em serviços para mulheres em situação de violência
25.03.2018
Ação nas redes sociais abre série de atividades com mulheres indígenas brasileiras, entre elas: encontro para troca de experiências com indígenas canadenses, reuniões com a ONU Brasil e lançamento de videodocumentário ‘Mulheres Indígenas: Vozes por Direitos e Justiça’, produzido pelo Grupo Temático de Gênero, Raça e Etnia da ONU Brasil e pelo UNIC Rio – Centro de Informação Pública da ONU, com apoio da embaixada do Canadá
A ONU Brasil faz a defesa pública para que as mulheres indígenas sejam atendidas por serviços especializados de atenção às mulheres em situação de violência. Ao longo do #DiaLaranja de março, que acontece neste domingo (25/3), esse é mote das mensagens abordadas nas redes sociais das Nações Unidas como parte da campanha do Secretário-Geral da ONU “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres”.
Ausência de dados estatísticos sobre violência contra as mulheres indígenas, discriminação nos serviços especializados e inexistência de abordagem às vítimas de acordo com as suas especificidades são questões abordadas pelas Nações Unidas. Além da referência ao #DiaLaranja (#OrangeDay #DíaNaranja), a mobilização digital faz a representação específica das mulheres indígenas na campanha global #OTempoÉAgora. No Brasil, a ONU Mulheres tem homenageado mulheres ativistas rurais e urbanas que transformam a vida das brasileiras, ao longo do mês de março, e fez ação digital específica para as mulheres negras em alusão ao Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
O Dia Laranja com foco nas mulheres indígenas é a primeira de uma série de atividades programadas, de 27 a 29 de março, em Brasília, entre ativistas, Nações Unidas e parceiros. Dentre as atividades, destacam-se: encontro para troca de experiências entre mulheres indígenas brasileiras e canadenses, reuniões com agências das Nações Unidas e lançamento do videodocumentário ‘Mulheres Indígenas: Vozes por Direitos e Justiça’, produzido pelo Grupo Temático de Gênero, Raça e Etnia da ONU Brasil e pelo UNIC Rio – Centro de Informação Pública da ONU, com apoio da embaixada do Canadá.
“A ONU tem recebido denúncias sistemáticas de violação dos direitos humanos dos povos indígenas, em que a situação das mulheres se agrava pelas discriminações de gênero e etnia. Este é o ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos e estamos buscando estratégias para fazer avançar a resposta mais efetiva de direitos para as mulheres indígenas”, afirma Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil e coordenadora do Grupo Temático de Gênero, Raça e Etnia da ONU Brasil.
Por meio do projeto Voz das Mulheres Indígenas, desenvolvido pela ONU Mulheres com apoio da embaixada da Noruega, foi elaborada pauta comum mediante a realização de entrevistas e trabalho de campo com mulheres de 104 povos indígenas dos 305 existentes no país. A pauta reúne 10 demandas: 1. Violação dos Direitos das mulheres indígenas, incluindo o enfrentamento à violência contra as mulheres; 2. Direito à terra e processos de retomada; 3. Direito à saúde, educação e segurança; 4. Direitos econômicos; 5. Empoderamento político das mulheres indígenas; 6. Formulação de uma estratégia de incidência política; 7. Tradições e diálogos intergeracionais; 8. Comunicação e processos de conhecimento; 9. Processos de resistência; e 10. Sustentabilidade e financiamento.
Mobilização nas redes sociais – Durante o #DiaLaranja deste mês, são resgatados dois momentos importantes de articulação política das mulheres indígenas – o Acampamento Terra Livre e o Kuñague Aty Guassu (Grande Assembleia das Mulheres Indígenas Guarani-Kaiowás), em que o debate sobre as necessidades das mulheres indígenas para prevenir e enfrentar a violência de gênero foram abordadas.
Dia Laranja – Celebrado a cada dia 25 do mês, o Dia Laranja Pelo Fim da Violência contra as Mulheres e Meninas alerta para a importância da prevenção e da resposta à violência de gênero. Sendo uma cor vibrante e otimista, o laranja representa um futuro livre de violência, convocando à mobilização todos os meses do ano, culminando no 25 de Novembro, Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres.
O Dia Laranja integra a campanha do Secretário-Geral da ONU “UNA-SE Pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, lançada, em 2008, com o objetivo de dar visibilidade e aumentar a vontade política e os recursos designados a prevenir e responder à violência de gênero.
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