Nações Unidas querem igualdade de gênero também nos esportes
17.03.2015
Debate durante a Comissão sobrea Situação das Mulheres focou no poder dos esportes para o fim da discriminação contra meninas e promoção da saúde da mulher; secretária de Estado do Brasil destaca importância de quebrar barreiras
Da Rádio ONU
Continua ao longo desta semana a 59ª Sessão da Comissão sobre a Situação das Mulheres, reunindo na sede da ONU, em Nova York, representantes de governos e da sociedade civil. Na segunda-feira (16), a ONU Mulheres e o Comitê Olímpico Internacional promoveram um painel sobre o papel dos esportes para a autonomia feminina. Segundo a agência, desde a primeira vez em que as mulheres passaram a competir nos Jogos Olímpicos, em 1900, as atletas têm sido um exemplo para jovens e meninas ao redor do mundo ao desafiar estereótipos.
O Rio de Janeiro sediará as próximas Olimpíadas, em 2016, e o debate contou com a presença do embaixador do Brasil na ONU. Antonio Patriota falou sobre a participação feminina na delegação dos Jogos Olímpicos de Londres, quando 47% dos atletas eram mulheres.Segundo Patriota, o governo brasileiro ofereceu treinamento para 40 mil professores do Ensino Médio sobre gênero, raça e sexualidade e explicou que o plano nacional foca nas conquistas das mulheres nos esportes.
Escolhas – Também participou do debate em Nova York a secretária de Políticas do Trabalho e Autonomia Econômica das Mulheres do Brasil. Tatau Godinho conversou com a Rádio ONU e falou sobre a importância de acabar com preconceitos, para que as meninas tenham liberdade em escolher qual esporte praticar.
“No Brasil a gente não tem essa interdição formal. Mas é claro que ainda existe aquele preconceito de que as meninas não devem praticar um tipo ou outro de esporte e isso vai mudando à medida em que se mudam também as cabeças. A escolha (por uma modalidade esportiva) é muitas vezes incentivada pelo o que a sociedade considera masculino ou feminino. Então quebrar essas barreiras é muito importante”.
A secretária Tatau Godinho lembrou que por meio da prática esportiva, jovens , meninos e meninas aprendem a trabalhar em equipe, a ter autoestima e a melhorar a saúde.
A Comissão sobre a Situação das Mulheres avalia avanços sobre igualdade de gênero alcançados nos últimos 20 anos, quando os países assinaram a Declaração de Pequim, documento considerado um marco sobre o tema.
As delegações reunidas na ONU também debatem propostas sobre autonomia das mulheres que devem ser incluídas na agenda pós-2015, o novo conjunto de metas para o desenvolvimento global sustentável.