Movimento Elas Lideram 2030 promove igualdade de gênero a partir de contextos de liderança
02.06.2022
O evento de abertura do Movimento aconteceu no dia 31 de maio e tem como sequência workshops sobre empoderamento das mulheres no setor privado. Iniciativa pretende mobilizar 1500 empresas, levando mais de 11 mil mulheres para cargos de alta liderança até 2030
O Movimento Elas Lideram 2030, coliderado pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global da ONU Brasil, teve início nesta terça-feira, 31 de maio, em evento que contou com 87 participantes presencialmente e 150 na transmissão online. Foram mais de 50 empresas, incluindo o Movimento Mulheres 360 que, ao lado de Uber e Animale, financiam todas as atividades do Elas Lideram.
Também estiveram presentes no evento a Coalizão Empresarial Pelo Fim da Violência Contra Mulheres e Meninas, CEERT, Grupo Mulheres do Brasil, GPTW, Rede Mulher Empreendedora, Me Too Brasil, We Impact e WOB, que apoiam o movimento como parcerias estratégicas.
Tendo como fundamentos os Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs) – lançado pela ONU Mulheres e pelo Pacto Global em 2010 -, o Movimento Elas Lideram 2030 estimula o compromisso das empresas para promover a igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres a partir de posições de liderança.
“Lançamos o Movimento Elas Lideram 2030 para mulheres e com mulheres, visando dar mais um grande impulso, para que, cada vez mais, tenhamos voz igual e plena. Queremos plena participação e liderança em todos os aspectos e em todos os níveis do setor privado do Brasil. Para isso, precisamos do papel essencial de cada uma: mulheres de coragem, engenhosidade, visão e realização para, assim, conquistarmos os mais nobres e vitais objetivos dos Direitos Humanos e de Desenvolvimento Sustentável“, destacou Anastasia Divinskaya, representante da ONU Mulheres Brasil.
O CEO Pacto Global, Carlo Pereira, também reforçou o papel da lente de gênero como essencial para todas as pautas que envolvem os direitos humanos: “[…] Temos conversado sobre a importância de um movimento pela igualdade de gênero há pelo menos três ou quatro anos e tudo eclodiu aqui, no Movimento Elas Lideram 2030. Vale lembrar que, em todos os movimentos, temos a presença da ONU Mulheres: quando a gente fala de clima, a gente tem que olhar esse público, quando a gente fala em água e saneamento, também sabemos que o público que mais sofre com isso são as mulheres… Assim, em todos os temas que a gente trabalha, temos que colocar essa lente das mulheres. Agradeço muito essa parceria”.
O objetivo do Movimento Elas Lideram é que mais de 1500 empresas se comprometam com o tema, levando mais de 11 mil mulheres para cargos de alta liderança até 2030. As empresas devem escolher uma das duas metas norteadoras do Movimento para compromisso: 30% das mulheres na alta liderança até 2025 ou 50% até 2030.
Além de capacitação por meio de mentorias e treinamentos para empresas, o projeto também visa ser um motivador de iniciativas individuais ou mais pontuais. Assim, indo além da construção e acompanhamento de metas, Elas Lideram 2030 também promete engajamento de lideranças de alto nível, produção de pesquisas e materiais de apoio para o setor privado.
Workshops
O Movimento Elas Lideram faz parte da Ambição 2030, estratégia do Pacto Global, composta por sete Movimentos, para acelerar as metas propostas pela Agenda 2030 de Desenvolvimento Sustentável. Alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é uma prioridade e o envolvimento do setor privado é fundamental para a missão do ODS 5, que diz respeito à igualdade de gênero.
Referência Global na igualdade de gênero, a ONU Mulheres também atua como parceira dos Movimentos “Salário Digno” e “Raça é prioridade” da Ambição 2030. Como a entidade das Nações Unidas dedicada ao empoderamento das Mulheres nos mais variados setores, ela traz para os movimentos legados do programa “Ganha-Ganha, Igualdade de Gênero significa bons negócios” com os avanços alcançados junto ao setor privado, além de expertise desenvolvida em uma longa trajetória com empresas já signatárias dos WEPs e demais iniciativas decisivas para a igualdade de gênero no setor privado.
Dessa forma, o Movimento Elas Lideram 2030 tem como um de seus pilares estratégicos a construção de capacidades e conhecimento, que consistirá em uma série de workshops. Serão trabalhados desde temas que explicam os WEPs, até a equidade de gênero como pilar estratégico nos negócios e o papel dos homens na igualdade de gênero.
O primeiro workshop aconteceu na noite de abertura do Movimento, com o tema “Direitos Humanos e a Igualdade de Gênero nos negócios: dados, tendências e previsões”. Flávia Muniz, especialista em Empoderamento Econômico da ONU Mulheres Brasil, e Tayná Leite, gerente sênior de Direitos Humanos do Pacto Global da ONU Brasil, foram as facilitadoras e marcaram a noite com uma retrospectiva histórica sobre os direitos humanos.
“Precisamos pensar a partir de uma lente de gênero, ou seja, a partir de uma lente de relações de poder. Quando as empresas se comprometem com mulheres, em sua diversidade, em altos cargos de liderança, está se mexendo com a estrutura que oprime mulheres, está se mexendo com a estrutura que favorece pessoas específicas”, enfatizou Flávia Muniz.
Já Tayná Leite, destacou: “Quando falamos de mulheres em posição de liderança, estamos falando de sustentabilidade para que as mulheres cheguem e fiquem nos lugares onde se toma decisões. Assim, é preciso trabalhar uma série de outros temas, como violência, assédio e cuidado”.
Para fechar a noite de abertura, a CMO da Uber, Luciana Ceccato; a gestora executiva do movimento Mulher 360, Margareth Goldemberg; e a head de Sustentabilidade do Grupo Soma/Animale, Taciana Abreu, foram convidadas para uma roda de conversa mediada por Paola Deodoro, editora sênior da Marie Claire. As convidadas levaram ao evento experiências enriquecedoras sobre direitos humanos e igualdade de gênero dentro do setor privado.
Página do Movimento Elas Lideram: https://www.pactoglobal.org.br/movimento/elaslideram2030/
Informações para a imprensa:
Íris Cruz, Consultora de Comunicação para os WEPs, ONU Mulheres Brasil