Governos devem permitir que as pessoas amem quem elas escolherem, defende ONU
21.09.2017
Em meio ao encontro anual de chefes de Estado na sede da ONU, o alto-comissário das Nações Unidas para os direitos humanos, Zeid Al Hussein, pediu que países criminalizem a discriminação enfrentada por gays, lésbicas, bissexuais, pessoas trans e intersex
Em meio ao encontro anual de chefes de Estado na sede da ONU, o alto-comissário das Nações Unidas para os direitos humanos, Zeid Al Hussein, pediu que países criminalizem a discriminação enfrentada por gays, lésbicas, bissexuais, pessoas trans e intersex. Em evento que reuniu ministros e lideranças políticas para abordar os desafios da população LGBTI, o dirigente foi taxativo: ‘Pedimos a todos os governos que permitam às pessoas amar quem elas escolherem’.
Em meio ao encontro anual de chefes de Estado na sede da ONU, o alto-comissário das Nações Unidas para os direitos humanos, Zeid Al Hussein, pediu que países criminalizem a discriminação enfrentada por gays, lésbicas, bissexuais, pessoas trans e intersex. Em evento que reuniu ministros e lideranças políticas na quarta-feira (20/9) para abordar os desafios da população LGBTI, o dirigente foi taxativo: “Pedimos a todos os governos que permitam às pessoas amar quem elas escolherem”.
Zeid avaliou que, nos últimos 20 anos, gays e lésbicas — e em menor medida, indivíduos trans — conquistaram avanços significativos em sua luta por igualdade de direitos. Todavia, alertou o alto-comissário, os ganhos são frágeis e correm o risco de retrocesso.
“Como sempre, quando direitos são diminuídos, são as minorias que ficam mais expostas — imigrantes, minorias religiosas, raciais e, é claro, lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans e intersex. Invariavelmente, os que mais perdem são os que menos têm desde o princípio — menos poder, dinheiro e apoio público”, disse Zeid.
Lembrando conversas com representantes de Estados-membros, o alto-comissário relatou que muitos oficiais de governos se sentem de “mãos atadas”. “O público, eles dizem, nunca aceitará a igualdade para pessoas LGBTI. Mas certamente essa lógica está de trás para frente. Se a opinião pública é hostil com as pessoas LGBTI, tanto mais urgente torna-se a ação de governos para protegê-las”, defendeu.
Além de cobrar a criminalização da discriminação, Zeid pediu às autoridades nacionais que combatam crimes de ódio e o bullying nas escolas e também protejam crianças intersex de violações — incluindo por meio da proibição de procedimentos cirúrgicos clinicamente desnecessários em jovens intersex. “A responsabilidade de proteger e respeitar direitos tem que caber aos governos — bem como a de explicar por que tais medidas são necessárias”, ressaltou o dirigente.
O alto-comissário frisou ainda que todos os setores da sociedade — a imprensa, as escolas, os líderes religiosos e a comunidade empresarial — devem fazer sua parte e defender os direitos das pessoas LGBTI. “Temos que ir adiante e superar os obstáculos à igualdade — nos locais de trabalho, nos colégios, nos tribunais e nas ruas. A hora da justiça é agora”, apontou.