Igualdade de gênero é tema de debate entre famosas, famosos e especialistas durante lançamento da campanha #ElesPorElas
02.07.2015
Personalidades falaram sobre igualdade de gênero em série de bate-papos comandados por Astrid Fontenelle e Marcelo Tas
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O canal GNT e a ONU Mulheres deram as mãos para lançar a campanha #ElesPorElas, versão brasileira de “HeForShe”, movimento mundial a favor da igualdade de gênero. Um evento em São Paulo, promovido em 24 de junho, marcou o pontapé inicial da campanha – que tem a meta de atingir 100 mil assinaturas de homens brasileiros até o fim do ano – com uma série de bate-papos comandada pelos apresentadores Astrid Fontenelle e Marcelo Tas.
O evento foi aberto pela diretora do GNT, Daniela Mignani, e pela diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, Luiza Carvalho, que destacaram a parceria para a mobilização da sociedade brasileira e adesões de homens à plataforma online www.heforshe.org/pt
Dentro do universo da igualdade de gênero, os painéis abordaram os temas mercado de trabalho, papel da mídia, assédio, vida em casal e estereótipos de gênero. Os bate-papos contaram com a participação de personalidades como Luiza Trajano, Pitty, Leo Jaime, Jout Jout, Djamila Ribeiro, João Vicente de Castro e Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.
O elenco do canal também marcou presença. Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima, Maria Ribeiro e Caio Blat, Mônica Martelli, Bel Lobo e mais apresentadores demonstraram seu apoio à causa.
“Não vamos aceitar a discriminação. Ela está dentro de nós mesmas”, disse a empresária Luiza Trajano no painel de abertura, sobre mercado de trabalho. A cantora Pitty, no mesmo painel, falou sobre o apoio dos homens à causa pela igualdade de gênero: “É muito importante falar para os homens que o ‘Eles Por Elas’ não significa que eles vão protagonizar o feminismo. (…) Quem define o feminismo são as mulheres. Os homens são bem-vindos, nós precisamos deles, mas essa é uma luta da mulher”.
Violência sexista – “Enquanto esta mesa acontece, duas mulheres vão ser estupradas”, lembrou a jornalista Eliza Capai no segundo painel. “O homem que se incomoda com a igualdade de gênero tem que ser assustado. Para a gente ter igualdade, seja racial, econômica ou de gênero, quem está em cima tem que se assustar. Esse susto traz uma sociedade muito mais saudável”, completou ela.
No painel sobre assédio, Juliana de Faria, idealizadora do site “Chega de Fiu Fiu”, lembrou que “o assediador não é um cara sem rosto no escuro; ele pode estar muito próximo, ser o seu amigo, um profissional inteligente, até mesmo seu chefe”. “Assédio é violência. Traumatiza e humilha”, completou. No mesmo painel, o psicólogo Marcos Nascimento falou sobre a importância de os homens abraçarem a causa da igualdade de gênero: “Quando você diz que ‘ajuda’, você não reconhece aquela tarefa como sua. (…) Não é questão de ajuda, é questão de compartilhar uma tarefa que é sua também. Não é favor”.
Não à homofobia – João Vicente de Castro, integrante do “Papo de Segunda”, participou do painel que debateu a influência da vida em casal no universo feminino. João contou que a criação de seus pais teve muita importância na sua forma de pensar. “Mesmo na escola, onde você tem muito contato com esse universo machista, minha mãe criminalizava esse comportamento. Ela parou de falar comigo uma semana porque fiz um comentário homofóbico quando criança, me olhou com uma cara de desprezo que eu jamais esquecerei”.
João ainda falou sobre a vida em casal: “Falar das minhas fraquezas sempre fez dos meus relacionamentos mais gostosos. Tratar minha parceria de igual para igual sempre foi um facilitador para mim”. Ele, que integra o time do “Porta dos Fundos”, fez um adendo importante: “Temos que tomar cuidado com o machismo ‘de salão’. Eu trabalho com humor e a gente erra a mão às vezes, mas a gente está sempre prestando atenção em não fazer a piada fácil, em não ir no estereótipo. De alguma forma, quando a pessoa vê isso e ouve essa piada, acaba validando esse pensamento opressor”.
Djamila Ribeiro, mestranda em Filosofia Política e membro da Simone de Beauvoir Society, ressalta que “é muito difícil construirmos um masculino sensível onde o masculino é o espelho da força e da violência”. “Se a independência de uma mulher te incomoda, repense seus conceitos. Por que isso te incomoda? Eu quero que o masculino entre em crise, mesmo”, concluiu.
No painel que fechou o evento, sobre os estereótipos de gênero, Nadine Gasman, representante do escritório da ONU Mulheres no Brasil, explicou que o movimento #ElesPorElas é um esforço de transformação social para ter um mundo mais justo para todos e todas: “É simples e é uma transformação para nossa geração e para a próxima geração, que vai garantir que todas e todos possam ter liberdade. Um planeta 50:50 é um passo decisivo para a igualdade”.