Escoteiros do Brasil aderem ao Movimento ElesPorElas HeForShe pela igualdade de gênero
29.04.2019
Associação agrega 75 mil jovens por meio do trabalho voluntário de cerca de 25 mil adultos em 671 cidades. Ações em parceria com a ONU Mulheres compreendem diagnóstico sobre gênero e empoderamento das mulheres nos Escoteiros do Brasil, ações formativas e atividades de mobilização social pelo fim da violência contra as mulheres e meninas e fim do racismo
Os Escoteiros do Brasil firmaram com a ONU Mulheres Brasil adesão ao movimento global ElesPorElas HeForShe pela igualdade de gênero. A parceria foi celebrada durante o 25º Congresso Nacional Escoteiro, em 26 de abril, em Brasília. A associação agrega 75 mil jovens por meio do trabalho voluntário de cerca de 25 mil adultos em 671 cidades. Nos últimos 10 anos, o efetivo cresceu cerca de 35%, alcançando as 27 unidades federativas do Brasil.
A parceria está prevista para o período de 2019 a 2020 por meio de três ações principais: diagnóstico interno, ações formativas e mobilização social. Diagnóstico sobre gênero e empoderamento das mulheres estão relacionados às medidas para aferição dos espaços de liderança ocupados por mulheres nos Escoteiros do Brasil, com vistas à composição paritária de gênero nos postos de tomada de decisão. Ações formativas envolvem abordagem das questões de igualdade de gênero, empoderamento de mulheres e meninas, masculinidades e eliminação do racismo, baseados nos currículos de Associação Mundial de Bandeirantes, do programa O Valente não é Violento e do programa Uma Vitória Leva à Outra, que desenvolve ferramentas pedagógicas para empoderamento de meninas pelo esporte.
As ações de mobilização social pretendem engajar diferentes grupos sociais, com vistas à sensibilização e conscientização sob a liderança dos Escoteiros do Brasil em apoio ao movimento ElesPorElas HeForShe e a campanhas públicas do Secretário-Geral da ONU “UNA-SE pelo Fim da Violência contra as Mulheres”, realizada em todo mundo, e Vidas Negras, pelo fim do racismo e da violência letal contra a juventude negra, desenvolvida pela ONU Brasil.
A ONU Mulheres destaca a parceria com os Escoteiros do Brasil em favor do engajamento pelos direitos das mulheres e meninas. “O movimento escoteiro tem tradição na formação de crianças e jovens para a cidadania, além de se colocar a serviço de ações solidárias em comunidades mundo afora. A adesão ao movimento ElesPorElas é um passo importante para que esta iniciativa esteja mais próxima da juventude brasileira, que trará criatividade e espontaneidade para que ElesPorElas continue a ser um movimento com conexões entre pessoas e soluções pelos direitos de mulheres e meninas”, afirma Carolina Ferracini, gerente de Projetos da ONU Mulheres Brasil para Prevenção e Eliminação da Violência contra as Mulheres.
Para os Escoteiros do Brasil, o movimento ElesPorElas HeForShe é de extrema importância por estar alinhada aos valores praticados pelo escotismo. “Vamos trabalhar os tópicos em dois segmentos distintos: tanto na formação dos nossos adultos para que eles repliquem o conteúdo ao trabalhar com os jovens, como também com os próprios jovens nas atividades de nível nacional, além de também sugeriremos aos níveis regionais que façam o mesmo”, explica Fred Santos, diretor adjunto de Relações Institucionais dos Escoteiros do Brasil. “Estamos convencidos de que o tema precisa ser tratado na transversalidade, uma vez que o conceito é algo que está intrínseco à nossa filosofia, nas nossas diretrizes fundamentais. Nossa missão é dar ferramentas para que a juventude escoteira replique as ações e valores na sociedade, escola, trabalho, para que sejam agentes de transformação, e não só passivos”, completa.
Conexões sociais – Em 2018, a ONU Mulheres promoveu oficinas #ElesPorElas no Jamboree – evento nacional escoteiro, ocorrido em Ribeirão Preto –, para cerca de mil crianças, adolescentes e jovens sobre direitos das mulheres e meninas, masculinidades positivas e fim do racismo.
Pela primeira vez, o manual global Vozes pela Violência, desenvolvido pela ONU Mulheres e pela Associação Mundial de Bandeirantes, foi aplicado para grupo de escoteiras e escoteiros, trazendo novos elementos sobre a abordagem do conteúdo ao contexto brasileiro. Também de maneira inédita, a campanha Vidas Negras, da ONU Brasil, foi abordada para grupo de crianças, adolescentes e jovens, de diferentes localidades do país, promovendo debates e reflexões sobre o racismo, relações raciais equitativas e o fenômeno da violência letal contra a juventude negra.