Em fórum para empresas, ONU Mulheres apresenta ferramenta inédita em São Paulo para medir igualdade de remuneração nas empresas
10.10.2019
Estereótipos na propaganda e boas práticas de empoderamento das mulheres no ambiente de trabalho foram os pontos altos do evento. Encontro é realizado pela ONU Mulheres, OIT e União Europeia como ação do programa “Ganha-Ganha: Igualdade de Gênero significa Bons Negócios”
“Igualdade de gênero é sinônimo de bons negócios e, por isso, estamos aqui reunidos e reunidas para reafirmar nosso compromisso de incorporar, junto às empresas, as melhores práticas de equidade de gênero e empoderamento das mulheres no ambiente de trabalho”, afirmou Maria-Noel Vaeza, diretora regional da ONU Mulheres para América e Caribe, durante o primeiro dia do Fórum Weps 2019 – Princípios de Empoderamento das Mulheres, em São Paulo. A diretora ressaltou também que a busca por equidade de gênero pode e deve ser feita de maneira correta e acelerada.
No Fórum WEPS, que aconteceu em 8 e 9 de outubro, foi estimulado o investimento em autoconhecimento para que as empresas elaborem seus planos de ações, a exemplo do que fizeram 181 empresas na primeira fase do Prêmio WEPs. Muitas outras empresas também seguem utilizando, uma vez por ano, a Ferramenta de Análise de Lacunas dos Princípios de Empoderamento das Mulheres (WEPs), que é gratuita e confidencial. No mundo, mais 1.835 companhias já utilizaram a ferramenta em 115 países. Aqui no Brasil, o instrumento já está disponível em Português para download gratuito pelo link https://weps-gapanalysis.org/
A questão das diferenças salariais é uma das áreas de oportunidades de melhoras para muitas empresas. No Fórum WEPs, foi lançada a ferramenta Diagnóstico de Igualdade de Remuneração (DIR), para ajudar as empresas a tratarem do tema.
Outro destaque do dia foi a apresentação do estudo da Heads sobre a representatividade de gênero e raça na publicidade brasileira. Foram analisados mais de 20 mil comerciais de TV e de 5 mil posts no Facebook. Cerca de 70% dos homens e mulheres retratadas em campanhas publicitárias são brancos e brancas. A respeito do protagonismo em produções de TV, houve uma piora em relação à pesquisa anterior, caindo 32% no número de mulheres negras e de 23% dos negros protagonistas desde fevereiro de 2019, em relação ao mesmo período de 2018.
O estudo também revelou que as mulheres são duas vezes mais estereotipadas que os homens, normalmente relacionadas a padrões de beleza dominantes, em contexto sem diversidade racial e como responsáveis pelos cuidados da família e do lar.
A série de eventos promovidos pela ONU Mulheres, OIT (Organização Internacional do Trabalho) e União Europeia continua até quinta-feira (10/10), em São Paulo, com o Fórum Weps 2019 e, na sequência, o Seminário Internacional Promovendo o financiamento inovador através do investimento inteligente em gênero: Experiências, oportunidades e desafios.
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