Curso leva possibilidade de renda extra a venezuelanas no fim do ano
19.12.2022
Com apoio da ONU Mulheres, por meio do programa conjunto Moverse, refugiadas e migrantes em Roraima aprenderam a fazer quitutes natalinos
As festividades de final do ano podem ser uma fonte de renda extra, inclusive para mulheres refugiadas e migrantes que vivem no Brasil. Pensando em incentivar aquelas que querem aproveitar o período do ano para ter alguma renda ou até iniciar um empreendimento, a ONU Mulheres e o Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados (SJMR) promoveram um curso de confeitaria e produção de quitutes natalinos no último dia 9, em Boa Vista (RR). A iniciativa foi realizada a partir do programa Moverse, implementado conjuntamente com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) e o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), com o apoio do Governo de Luxemburgo.
Ao todo, seis mulheres receberam informações e puderam colocar em prática alguns dos ensinamentos aprendidos. Durante todo o dia, elas aprenderam diferentes técnicas de confeitaria e alguns segredos para produção de bolos e massas típicas do período natalino.
O curso foi ministrado pela professora Joyce Lopes. Para ela, essa é uma oportunidade única, que infelizmente nem todas têm acesso. “Explicamos a teoria e a prática durante o curso. É possível ter uma renda extra nesse Natal e o conhecimento aprendido aqui é fundamental para isso, porque assim é possível ter um produto de qualidade. Expliquei como faz um bolo natalino e todo passo a passo, bem detalhado. Na confeitaria, tudo é feito com medidas então ter atenção faz toda a diferença”, explicou.
Janette anotou todas as dicas e ingredientes que foram usados para começar a fazer bolos no período do Natal e ter uma renda extra. “Já trabalho há dois anos com salgado e agora quero adquirir mais conhecimento na área da confeitaria. Eu já faço bolos, mas agora quero aprender mais detalhes, incrementar com ingredientes e melhorar na fase de acabamento”, contou.
“As mulheres participantes do curso são todas migrantes e já desenvolvem algum tipo de trabalho artesanal. Nesse período do Natal, surgem muitas oportunidades e demandas, então, o curso de confeitaria em quitutes natalinos é uma oportunidade para quem está ou deseja ingressar no meio culinário”, relatou Onogifro Matos, Meios de vida, do Serviço Jesuíta a Migrantes e Refugiados.
“Muitas mulheres venezuelanas que estão em Roraima se dedicam à produção de alimentos para garantir o sustento de suas famílias. Assim, é fundamental a disponibilidade de cursos em que elas possam aprender novas técnicas produtivas visando aprimorar a qualidade e agregar valor aos seus trabalhos. As estratégias de profissionalização promovem maior viabilidade comercial dos produtos, e, por consequência, contribuem para que tenham mais recursos à autonomia e ao exercício do empoderamento econômico”, completou Mariana Cursino, especialista em Transversalização de Gênero na ONU Mulheres.
Sobre o Moverse – Iniciado em setembro de 2021, o programa conjunto MOVERSE – Empoderamento Econômico de Mulheres Refugiadas e Migrantes no Brasil é implementado por ONU Mulheres, Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) e Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o apoio do Governo de Luxemburgo. O objetivo geral do programa, com duração até dezembro de 2023, é garantir que políticas e estratégias de governos, empresas e instituições públicas e privadas fortaleçam os direitos econômicos e as oportunidades de desenvolvimento entre venezuelanas refugiadas e migrantes. Para alcançar esse objetivo, a iniciativa é construída em três frentes. A primeira trabalha diretamente com empresas, instituições e governos nos temas e ações ligadas a trabalho decente, proteção social e empreendedorismo. A segunda aborda diretamente mulheres refugiadas e migrantes, para que tenham acesso a capacitações e a oportunidades para participar de processos de tomada de decisões ligadas ao mercado laboral e ao empreendedorismo. E a terceira frente trabalha também com refugiadas e migrantes, para que tenham conhecimento e acesso a serviços de resposta à violência baseada em gênero.
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