#CorridaElesPorElas leva atletas profissionais e amadores às pistas do Aterro do Flamengo para defender os direitos das mulheres
29.05.2017
Organizado pelo GNT, pela ONU Mulheres Brasil e parceiros, evento buscou mais adesões ao movimento ElesPorElas HeForShe, que tem como objetivo mobilizar a sociedade, empresas, universidades e governos para a promoção da igualdade de gênero
Faça aqui a sua adesão online | Confira aqui as fotos da #CorridaElesPorElas
Corredoras e corredores profissionais, amadoras e amadores. Atletas de final de semana. Mulheres e homens de todas as idades e portes. A Corrida #ElesPorElas ocorreu, no domingo (28/5), no Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, e mobilizou cerca de 5 mil participantes no percurso entre 5km e 10km.
Após o esforço físico, as corredoras e corredores seguiram animados às atividades promovidas pelo GNT, pela ONU Mulheres Brasil e parceiros, para pensar sobre a realidade das mulheres e meninas no País. Entre elas e eles, estava o casal de noivos Luciene Barbosa e Cláudio Cavalcante. Nas pistas e na vida, há sintonia sobre a realidade das mulheres no Brasil. “A situação das mulheres é muito desigual em relação aos direitos delas. Eu acho que isso deve ser reconhecido e deve ser dado o espaço delas, que é de direito”, disse Cláudio.
Em meio à dupla estava o cunhado, que também afirmou compromisso com o fim do machismo. “Comentei com eles, no início da corrida, a música do Erasmo Carlos. Aquela que diz que mulher é sexo frágil. Isso é uma mentira absurda. As mulheres são guerreiras e são muito mais do que possam imaginar muito homens, embora a maioria esteja se conscientizando. Direitos iguais sempre. Era para ser assim desde que o mundo é mundo, mas, infelizmente, começaram a reconhecer isso bastante tarde. Fazer o quê? Estamos aí para tentar reverter isso”, apontou Samuel Barbosa da Silva.
No grupo Preta na Meta, composto por 30 atletas negras, Vera Lúcia da Silva é uma corredora dedicada. Na semana passada, fez 21km numa competição. Na vida, avalia como “muito difícil a situação das mulheres brasileiras”. Para Vera, não faltam evidências. “É só a gente ver que o salário não é igual para todas. E ainda tem a questão da violência”, acrescenta.
Corredor há mais de 40 anos, Antônio Alves, 65 anos, fez o percurso com uma turma de jovens. E salientou: “Vim prestigiar a corrida, inclusive, a iniciativa ElesPorElas. As mulheres estão desenvolvendo, cada vez mais, o seu papel de mulher. Ganharam muito espaço. O que vale é o companheirismo. A mulher ajudar o homem. E o homem ajudar a mulher. Não é só a mulher ajudar o homem, não. O homem tem que fazer a sua parte para que tudo ocorra bem. Para que a gente tenha um mundo melhor e sem discriminação. Isso é importante para as pessoas viverem bem”.
Premiações – Cléber de Araújo, vencedor da prova de 10km, recebeu o trófeu ElesPorElas das mãos de Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil. Em seguida da premiação, manifestou o seu posicionamento sobre o machismo. “Tem que mudar muito para acabar com o machismo no Brasil. Tem que acabar o preconceito. Sou homem, mas não sou machista. Acho que educação é a saída”, disse Cléber. Após a premiação, o atleta fez questão de deixar mensagem e nome no painel ElesPorElas e fazer a sua adesão online na plataforma ElesPorElas.org
Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, considerou: “A Corrida #ElesPorElas é um convite para levarmos das pistas para a vida cotidiana a remoção de obstáculos que impedem a todas as mulheres e meninas de viver a vida com igualdade independentemente de seu gênero, raça e etnia. Contamos com as mulheres e os homens para darmos passos decisivos na direção do empoderamento das mulheres e a colaborar para alcançamos mais adesões aos 50 mil compromissos já efetivados por brasileiras e brasileiros na plataforma ElesPorElas.org”.
Entre a premiação e a apresentação da cantora Larissa Luz, o público da Corrida ElesPorElas teve uma série de atividades. Entre elas, aula de dança ao som de ritmos latinos, embaladas com muita alegria e gritos de saudação ao movimento.
Em painel instalado próximo ao Monumento dos Pracinhas – soldados brasileiros assassinados durante a II Guerra Mundial -, mulheres e homens leram frases de ativistas célebras em defesa do empoderamento das mulheres e deixaram a suas próprias mensagens. Ali, também puderam fazer a adesão online à plataforma elesporelas.org O bloco #CorridaElesPorElas foi um dos espaços mais procurados para selfies em apoio ao movimento ElesPorElas.
Território livre de machismo – No show Território Conquistado, a cantora baiana Larissa Luz mostrou a sua arte engajada com o fim do racismo e do machismo. Com perfomance forte, fez homenagens à Elza Soares e a banda Ilê Ayiê ao incluir no seu repertório as músicas consagradas sob suas vozes – A Carne e Que Bloco é Esse?. Ao se dirigir ao público, Larissa decretou: “Hoje, o Aterro é território livre de machismo”, emendando com a música Bonecas Pretas.
ElesPorElas – O movimento ElesPorElas (HeForShe) incentiva os homens a se identificar com as questões da igualdade de gênero, reconhecendo o papel fundamental que eles podem desempenhar para acabar com a desigualdade enfrentada por mulheres e meninas em todo o mundo, em suas próprias vidas e também em níveis mais estruturais em suas comunidades.