Comitê Olímpico do Brasil e ONU Mulheres se unem para elaborar política contra assédio e abuso sexual
28.08.2018
Diretrizes da nova política abrangerão todas as atividades desenvolvidas pela entidade esportiva e seus funcionários e valerão para eventos e missões organizadas pelo COB, como os Jogos Escolares da Juventude, que recebem anualmente quase 6 mil atletas de todo Brasil em sua etapa nacional
Representantes do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e da ONU Mulheres se reuniram durante dois dias na última semana, na sede do COB, para discutir conjuntamente as diretrizes para a elaboração da Política de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio e Abuso Sexual, que será implementada ainda esse ano pelo COB.
As diretrizes da nova política abrangerão todas as atividades desenvolvidas pela entidade esportiva e seus funcionários e funcionárias e valerão para eventos e missões organizadas pelo COB, como os Jogos Escolares da Juventude, que recebem anualmente quase 6 mil atletas de todo Brasil em sua etapa nacional. Os quase 80 jovens que representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude, que acontecem de 6 a 18 de outubro, em Buenos Aires, já receberão orientações do COB sobre o assunto e terão um canal aberto para eventuais denúncias durante o evento.
“O COB está totalmente comprometido em elaborar uma política eficaz para tratar um tema tão delicado como o assédio e o abuso no esporte com a profundidade merecida. Estamos extremamente orgulhosos por contar com o apoio de uma entidade com tamanha credibilidade como a ONU Mulheres nesta causa. Isso nos dá a certeza de que a iniciativa trará benefícios enormes para a comunidade esportiva brasileira. O COB está inteiramente imbuído em combater qualquer tipo de violência, seja moral ou sexual, contra uma pessoa envolvida no esporte. Muito em breve, teremos uma política robusta, que será uma referência para todas as entidades esportivas. A busca por um ambiente seguro, positivo e equilibrado no esporte é o que nos norteia, inspira e motiva”, enfatiza o presidente do COB, Paulo Wanderley.
O COB já possui uma ouvidoria, canal aberto para receber qualquer tipo de denúncia e, com a nova política, aprimorará todos os processos internos e externos relacionados a casos de abuso e assédio no ambiente esportivo.
Para a elaboração da nova política, um grupo de trabalho foi formado por profissionais das mais diferentes áreas de atuação dentro do COB. Representada pela gerente de Projetos, Carolina Ferracini, e pela especialista no Enfrentamento à Violência contra as Mulheesr, Aline Yamamoto, a ONU Mulheres se juntou ao grupo para prestar consultoria e orientar na elaboração do documento.
“Parabenizamos a iniciativa do COB de instituir uma política de enfrentamento ao assédio e abuso sexual. Só a abertura da entidade para debater um assunto tão complexo já mostra o compromisso com o tema. Considero um grande avanço, que deixará um lastro positivo em toda comunidade esportiva brasileira. Nossa atuação é no sentido de orientar o COB a adotar as melhores práticas na resposta a um assunto tão sério como esse. A ONU Mulheres está orgulhosa de fazer parte deste momento”, afirma Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, que ressalta a importância de criar um ambiente de acolhimento e escuta para possíveis vítimas.
A ONU Mulheres atua como secretariado da Comissão da Organização das Nações Unidas sobre a Situação das Mulheres (CSW). No Brasil, a ONU Mulheres implementa, desde 2016, o programa Uma Vitória Leva à Outra pelo empoderamento das meninas e jovens mulheres através do esporte, em parceria com as organizações Women Win e Empodera. Parte do trabalho previsto para a segunda fase do programa (2018-2021) é a integração de uma perspectiva de gênero nas políticas nacionais do esporte, tema para o qual a ONU Mulheres vê o COB como a instituição naturalmente líder.