Associação Internacional de Radiodifusão e ONU Mulheres assumem compromisso em defesa dos direitos das mulheres nos meios de comunicação
06.11.2017
Encontro reuniu entidades representativas do setor de radiodifusão e grupos de comunicação da Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Uruguai e Venezuela
Leia aqui a Declaração de Buenos Aires – Por um Planeta Igualitário em 2030
Compromisso dos Meios de Comunicação em defesa e promoção dos direitos das mulheres na América Latina e Caribe
“Nos somamos à tarefa global de construção de um planeta igualitário, respondendo às origens da discriminação, gerando igualdade de oportunidades e dando passos decisivos para a igualdade substantiva em 2030”. Este é o trecho inicial da Declaração de Buenos Aires, estabelecida na terça-feira (31/10), entre a Associação Internacional de Radiodifusão (AIR) e a ONU Mulheres para Américas e Caribe durante reunião de apresentação do Pacto de Mídia “Dê um passo decisivo pela igualdade de gênero”. O encontro ocorreu na capital argentina e reuniu entidades representativas do setor de radiodifusão e grupos de comunicação da Argentina, Brasil, Chile, Costa Rica, Colômbia, El Salvador, Guatemala, México, Uruguai e Venezuela.
A Declaração de Buenos Aires evidencia o entendimento comum entre as instituições para fazer avançar o atendimento à área de preocupação Mulher e Mídia, constante do Plano de Ação de Pequim da 4ª Conferência Mundial sobre a Mulher, para a eliminação de estereótipos e preconceitos em suas divulgações de informações e o aumento do número de mulheres nos meios de comunicação, inclusive nas funções de liderança e tomada de decisão.
A Declaração de Buenos Aires reconhece os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2030 como instrumentos fundamentais para resposta dos meios de comunicação para um mundo inclusivo, em colaboração com o Pacto de Mídia, da ONU Mulheres. “Manifestamos nosso compromisso para gerar maior presença regional no Pacto Global de Meios, para alcançar a igualdade de gênero em 2030 por meio de uma coalizão, no marco de reuniões, congressos e liderança da AIR e de seus sócios e sócias nos países, que permita considerar a profundidade da igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres nos meios de comunicação e seus conteúdos, identificar áreas de trabalho, intercambiar experiências e lições aprendidas, desenhar estratégias para criar condições de igualdade na representação de mulheres nos meios de comunicação, assim como metodologias de monitoramento e avaliação destas transformações”.
Outro ponto de destaque da Declaração de Buenos Aires é o enfrentamento ao machismo, racismo e outras formas de discriminação às mulheres. De acordo com o texto, AIR e ONU Mulheres para Américas e Caribe assumem o compromisso público de “contribuir para superar a profunda desigualdade de gênero, raça e etnia prevalente na América Latina e Caribe” além de frisar que “o direito à informação sem estereótipos é fundamental para a realização dos direitos humanos das mulheres”, reafirmando o direito à liberdade de expressão estabelecido na Declaração Universal de Direitos Humanos.
Dentre os compromissos iniciais entre AIR e ONU Mulheres, estão: “espaços de intercâmbio e criação de conteúdos colaborativos na região e organizar a segunda edição do Congresso de Meios de Comunicação e Igualdade de Gênero, em 2018, com foco no fomento da igualdade de gênero e do empoderamento das mulheres no interior dos meios”. Outras organizações e grupos de comunicação são convidados a se somar a este compromisso.
Cooperação latino-americana e caribenha – “Esse é o bom trabalho em favor de todas as comunidades. Esse é um passo a mais para remover obstáculos, discriminação e promover a igualdade de oportunidades para que tenhamos melhores sociedades. E para isso, contem com a AIR”, afirmou José Luis Saca, presidente da entidade.
Luiza Carvalho, diretora regional da ONU Mulheres para Américas e Caribe, assinalou a parceria inovadora recém-estabelecida. “Esse é um caminho que está se fazendo de duas mãos. O que estamos fazendo é trabalhar em evidências e não somente de falar que estamos buscando um mundo mais igualitário, justo e que é o mais certo. Falamos também sobre as evidências econômicas”, considerou.
Um dos principais articuladores da reunião, Paulo Tonet, presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e TV (Abert), ressaltou a importância da consolidação e continuidade da parceria. “Esse é um trabalho que todos temos de fazer. E fazer de maneira permanente. É um trabalho que precisa ser feito. Nós, latino-americanos, temos países com uma pobreza bárbara, com desigualdade econômica incrível e, além disso, essa é uma das desigualdades maiores que temos. Então, é um trabalho muito grande”, constatou Tonet sobre a cooperação entre AIR, grupos de comunicação América Latina e Caribe e ONU Mulheres.