06.01.2014

Um evento na manhã desta segunda-feira reuniu a ONU Mulheres, a Polícia Civil e representantes do Poder Judiciário e da Sociedade Civil com o objetivo de unir esforços pelo fim da violência contra as mulheres no estado.

A chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, abriu o evento explicando que a intenção era realizar uma apresentação das ações das instituições convidadas, e estabelecer possíveis parcerias pela eliminação da violência contra as mulheres. A delegada destacou três episódios que chocaram a opinião pública nos últimos dias: a crise de ciúmes do marido de Rosilene Azevedo, 37 anos, que culminou em um tiroteio na noite do réveillon em Copacabana; a morte de Nívia Araújo, de 24 anos, supostamente jogada do terraço de sua casa, em São Gonçalo, na madrugada do dia 01, pelo ex-namorado; e o caso da jovem Alessandra Isaac, de 21 anos, que levou seis facadas nas costas dadas também pelo ex-namorado no dia 03. Os agressores de Nivia e Alessandra não aceitavam o fim dos relacionamentos.

A representante da ONU Mulheres no Brasil, Dra. Nadine Gasman, iniciou sua apresentação contando um pouco da história da instituição no país, passando pelas áreas estratégicas de atuação da entidade e pelo trabalho desenvolvido atualmente, com destaque para algumas iniciativas: o Protocolo para a Investigação das Mortes Violentas de Mulheres por Razões de Gênero; a iniciativa “O Valente Não é Violento”, no marco de uma campanha global da ONU pelo fim da violência contra mulheres e meninas; o Aplicativo “SOS Mulher”, no marco do projeto global por cidades seguras para mulheres e meninas e as oportunidades de cooperação Sul-Sul com países da América Latina e África. O evento contava ainda com a presença de Valéria de Campos Mello, representante da ONU Mulheres em Moçambique.

Em seguida, a delegada Márcia Noeli, Diretora da Divisão de Polícia de Atendimento à Mulher apresentou as iniciativas da Polícia Civil do Rio de Janeiro, como o “Projeto Violeta”, parceria da Polícia Civil com o Poder Judiciário, que objetiva priorizar o atendimento a casos mais graves de violência contra a mulher; ou os “Núcleos de Atendimento à Mulher” que serão criados em todas as delegacias legais do estado. No último dia 21 de dezembro, o primeiro Núcleo foi inaugurado na 11ª DP, na favela da Rocinha. A delegada destacou ainda os cursos de capacitação em gênero para todos os policiais das delegacias legais e o ônibus da Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (DEAM/Itinerante).

O evento contou ainda com participacões da delegada Ellen Gomes, do Setor de Desaparecidos da Divisão de Homicídios; Sérgio Henrique, no Departamento Geral de Polícia Técnico e Cientifico; da desembargadora Maria Regina Fonseca Nova, presidente da Comissão Judiciária de Articulação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (Cejem); da subsecretária de Políticas para as Mulheres do Estado do Rio de Janeiro, Adriana Motta; da Secretária Especial de Políticas para as Mulheres do Município do Rio de Janeiro, Ana Rocha; da juíza Adriana Ramos de Mello, titular do I Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do Rio de Janeiro, e da Dra. Lúcia Iloízio Barros Bastos, Promotora de Justiça.