Na volta às aulas, ONU Mulheres reforça a importância do ensino da igualdade de gênero pela prevenção da violência contra as mulheres e meninas
24.01.2017
No Dia Laranja Pelo Fim da Violência contra as Mulheres – 25 de janeiro -, a ONU Mulheres divulga currículo e planos de aula sobre estereótipos de gênero, masculinidades e violência
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Celebrado a cada dia 25 do mês, o Dia Laranja alerta para a urgente necessidade de prevenir e eliminar a violência contra as mulheres e meninas. Sendo uma cor vibrante e positiva, o laranja representa um futuro livre de violência contra mulheres e meninas, convocando ativistas, governantes, gestores e agências das Nações Unidas a se mobilizarem pela prevenção e eliminação da violência contra mulheres e meninas, não só uma vez ao ano, no 25 de Novembro (Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres), mas todos os meses.
Para prevenir a violência decorrente do machismo, a ONU Mulheres lembra, neste dia 25 de janeiro, a importância de promover a prevenção da violência contra mulheres e meninas nas instituições de ensino, como as escolas e universidades, por se tratarem de espaços voltados para a formação integral de meninos e meninas, homens e mulheres, para o exercício da cidadania e a promoção de mudanças sociais.
A ONU Mulheres reforça os compromissos internacionais assumidos pelo Brasil para a promoção dos direitos das mulheres e o ensino pela igualdade de gênero, incluindo a Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará) e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável. Dentre os marcos nacionais, ressalta ainda a Lei Maria da Penha, que prevê o destaque nos currículos escolares de todos os níveis de ensino, aos conteúdos relativos aos direitos humanos, à equidade de gênero e de raça ou etnia e ao problema da violência contra a mulher.
De acordo com Relatório da UNESCO sobre violência escolar e bullying, lançado no dia 17 de janeiro deste ano, milhões de meninas e meninos sofrem violência relacionada ao ambiente escolar todo ano. O relatório destaca ainda que a violência escolar é impulsionada por “dinâmicas de poder desiguais, que muitas vezes são reforçadas por normas e estereótipos de gênero, orientação sexual e demais fatores que contribuem para a marginalização – como pobreza, identidade étnica ou idioma”.
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Um levantamento feito pelo Fórum de Segurança Pública em 2016, #APolíciaPrecisaFalarsobreEstupro, mostra que um em cada três brasileiros culpa a mulher pelo estupro que sofre: 42% dos brasileiros do sexo masculino acreditam que “as mulheres que se dão ao respeito não são estupradas”. Dado que destaca o pensamento machista da população, ao culpar a vítima pela violência sexual sofrida, com base em julgamentos morais sobre a forma como as mulheres se vestem, o horário em que circulam pelas ruas ou o fato de saírem de casa sozinhas.
“Estereótipos reforçados o tempo todo, como ’menino não chora’ e ’menina que usa roupa curta está provocando’, seguem como um freio às possibilidades que meninas e meninos podem alcançar. A educação pode alterar a percepção sobre o papel da mulher na sociedade e a tolerância à violência de gênero. É possível ensinar meninos e homens a não ser violentos e a ter respeito. E, embora valores e comportamentos machistas ainda estejam muito presentes, 91% dos entrevistados da pesquisa do Fórum de Segurança Pública acreditam que ‘é possível ensinar meninos a não estuprar’”, diz Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil.
Uma das formas de prevenir a violência é garantir que os profissionais de educação estejam preparados para ensinar sobre igualdade de gênero. Com o intuito de contribuir com a transversalização do ensino de gênero no Ensino Médio, a ONU Mulheres elaborou um currículo e seis planos de aula para conscientizar professores e professoras, meninos e meninas sobre o direito das mulheres e meninas a uma vida livre de violências. Financiado pelo União Europeia, o currículo também trabalha o conceito de masculinidades, com o intuito de promover masculinidades positivas e desconstruir comportamentos machistas. As aulas abordam os seguintes temas: Sexo, gênero e poder; Violências e suas interfaces; Estereótipos de gênero e esportes; Estereótipos de gênero, raça/etnia e mídia; Estereótipos de gênero, carreiras e profissões: diferenças e desigualdades e Vulnerabilidades e Prevenção.
“A inclusão de discussões sobre igualdade de gênero nas instituições de ensino é fundamental para a formação de professoras e professores, favorecendo análises e processos de reflexão sobre os estereótipos e as desigualdades de gênero, étnicorracial, geracional, diversidade sexual, identidade de gênero e as violências. Se não olharmos para as desigualdades de poder entre homens e mulheres, os papeis sociais restritivos de gênero e buscarmos formas mais igualitárias de viver em sociedade -compartilhando responsabilidades e deveres-, não será possível acabar com o machismo e a violência contra mulheres e meninas”, diz Gasman.
Acesse gratuitamente o currículo e os planos de aula:
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