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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Vencedoras do WEPs Brasil 2016 serão conhecidas, hoje (29/3), em Foz do Iguaçu



29.03.2016


São 49 finalistas de um total de 137 empresas autoavaliadas. A iniciativa da Itaipu Binacional, ONU Mulheres, Rede brasileira do Pacto Global, Portal Tempo de Mulher e outras instituições é para reconhecer as empresas que têm ações de incentivo à cultura de equidade de gênero

Vencedoras do WEPs Brasil 2016 serão conhecidas, hoje (29/3), em Foz do Iguaçu/

Os nomes das vencedoras da segunda edição do Prêmio WEPs Brasil 2016 – Empresas Empoderando Mulheres serão conhecidos nesta terça-feira, 29. São 49 finalistas de um total de 137 empresas autoavaliadas. A iniciativa da Itaipu Binacional, ONU Mulheres, Rede brasileira do Pacto Global, Portal Tempo de Mulher e outras instituições é para reconhecer as empresas que têm ações de incentivo à cultura de equidade de gênero.

A entrega da premiação será feita em uma cerimônia no Hotel Bourbon, em Foz do Iguaçu, com a presença de várias autoridades, empresários e CEOs. São três categorias de reconhecimento: ouro, prata e bronze. Além disso, haverá menção honrosa para empresas que se destacarem por alguma ação especial. A escolha das finalistas foi feita por uma comissão de avaliadores, que checaram as informações prestadas pelas empresas durante visita nas próprias instituições.

Já estão confirmadas as presenças de Tatau Godinho, representando a Secretaria de Política Especial para as Mulheres; Nadine Gasman, representante do escritório da ONU Mulheres; e André Oliveira, presidente da Rede Brasileira do Pacto Global.

Itaipu é uma das pioneiras do setor elétrico-energético em questões relacionadas à equidade de gênero. Desde 2003, a empresa mantém um comitê e um programa ligado ao tema.

A solenidade desta terça-feira faz parte do calendário de atividades da Itaipu Binacional para comemorar o Mês da Mulher, celebrado em março. A programação reúne ainda o Fórum do Prêmio WEPs Brasil 2016 – Diálogos com lideranças nacionais e internacionais sobre os desafios das empresas para a promoção da equidade de gênero.

O encontro é voltado para o público das empresas participantes do prêmio. O fórum, que também acontece no Hotel Bourbon, tem início às 13h30 e vai abordar os temas Mulheres- Desafio das Carreiras de Tecnologia e Inovação, Gestão Corporativa e a Equidade de Gênero e Mulheres e o Desenvolvimento Local.

Pela manhã, no mesmo dia, na usina de Itaipu, haverá a palestra “Uma jornada empreendedora”, com Bel Pesce. Ela é considerada uma das 100 pessoas mais influentes do país pela revista Época, um dos 30 jovens mais promissores do Brasil pela revista Forbes e também um dos 10 líderes mais admirados pelos jovens na avaliação da Cia de Talentos. Bel Pesce, “a menina que conquistou o Vale do Silício”, tem um bate-papo com os jovens que participam de programas de primeiro emprego e de estágios na Itaipu, às 10h, no Cineteatro Barrageiro.

A palestra certamente vai inspirar quem tem espírito empreendedor e despertar vocações. Ainda há vagas para o evento. Mais informações em http://premiowepsbrasil.org/cerimonia-de-entrega-do-premio-weps-confirme…

Prêmio Weps
– O Prêmio se baseia nos Princípios de Empoderamento das Mulheres (Women’s Empowerment Principles, WEPs, em inglês), iniciativa lançada pela ONU Mulheres e Pacto Global da ONU, em 2010, com o objetivo de promover a equidade de gênero nas empresas, no ambiente de trabalho e na comunidade.

Um total de 1.190 empresas assinou WEPs ao redor do mundo. No Brasil, 90 empresas são signatárias. A lista completa das empresas está disponível no site: http://weprinciples.org/Site/Companies/1

Parte da formatação do Weps Brasil foi feita com a colaboração das mulheres executivas do Paraná (MEX), que acaba de comemorar dez anos de criação. A organização trouxe para dentro das empresas o tema da equidade de gênero, colocando o Paraná na vanguarda das discussões e implantação de ações de empoderamento feminino.

Para a diretora financeira executiva de Itaipu, Margaret Groff, idealizadora da iniciativa, o Prêmio Weps Brasil ajuda a divulgar os Princípios de Empoderamento das Mulheres, para que mais e mais empresas se conscientizem da importância de valorizar o trabalho da mulher, de empoderá-la e, com isso, avançar para um mundo mais igualitário.

Margaret comenta que alguns homens até perguntam: “Por que é tão importante empoderar as mulheres? Afinal, elas já são tão poderosas, mandam nos maridos, comandam as famílias”. E ela responde: “Não é isto que queremos. Queremos respeito e igualdade de oportunidades. E temos pressa. Afinal, a mulher esperou 20 séculos depois de Cristo para ter direito ao voto, por exemplo”.

E complementa: “Para esta conquista, quantas mulheres sofreram e se sacrificaram? Basta lembrar de Emily Davinson, que praticamente se imolou em 1913 pela causa das sufragistas”.

A diretora contextualiza lembrando que, cinco anos depois de sua morte, em 1918, a Inglaterra reconheceu o direito ao voto feminino. A decisão acabou influenciando outros países. Nos Estados Unidos, apenas dois anos depois, a mulher pôde votar. No Brasil, foi em 1932. Margaret lembra que, curiosamente, “a rica e culta Suíça só reconheceu esse direito em 1971”. Para a diretora, isso acontece porque o mundo ainda vive sob o império do machismo. “É ele que nos tira direitos e faz da mulher uma vítima maior da violência, no Brasil e no mundo”.

No Brasil, uma mulher é assassinada a cada duas horas, geralmente por seu marido ou ex-marido, por seu namorado ou ex-namorado. “É uma taxa absurda, que faz do Brasil o quinto país em número de assassinatos de mulheres”, comenta.

Na Europa ocidental, a taxa de assassinatos de mulheres é relativamente baixa, quando comparada ao resto do mundo. Mas uma pesquisa feita em 28 países europeus revelou que mais de vinte por cento das garotas e mulheres acima de 15 anos sofrem violência física e sexual.

“Será que precisaremos esperar mais dois mil anos para melhorar essa situação? É claro que não. Não podemos ficar inertes. É preciso garantir à mulher a tão sonhada equidade. Temos hoje a nosso favor a cada vez mais rápida transformação de valores no mundo, provocada principalmente pela internet”, conclui Margaret.