“Violência contra mulheres é a pior manifestação da desigualdade de gênero”, diz diretora executiva da ONU Mulheres
12.03.2015
Afirmação foi da diretora-executiva da ONU Mulheres em evento sobre o tema na sede da organização; 59ª sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, CSW, segue até o dia 20 de março.
Da Rádio ONU
“Violência contra mulheres tem o impacto mais imediato, direto e prejudicial na vida de mulheres e meninas”. A afirmação foi feita pela diretora-executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, em evento sobre o tema na sede das Nações Unidas na quarta-feira (11).
A chefe da agência declarou que esta é a “pior manifestação da desigualdade de gênero”. Ela disse que violência e práticas nocivas contra mulheres e meninas tomam muitas formas. Entre as citadas pela diretora-executiva estão feminicídio, o homicídio de mulheres por questões de gênero, violência doméstica, violência sexual em áreas de conflito, tráfico de mulheres e meninas, casamento precoce forçado, tortura psicológica e mutilação genital feminina.
Gerações – A chefe da agência declarou que os efeitos desta violência “são sentidos através das sociedades e de geração a geração. Ela disse ainda que, estudos mostraram que “meninos que foram expostos à violência são três vezes mais propensos a usar violência contra suas parceiras no futuro”.
Meninos – Segundo Phumzile Mlambo-Ngcuka, a ONU Mulheres está enfatizando a importância de chefes de Estado no processo para acabar com a violência contra mulheres e a desigualdade de gênero. Ela também destacou o papel de homens e meninos.
O coordenador da Rede Homens para Mudanças, Julio Langa, falou à Rádio ONU sobre o envolvimento dos homens na questão. A entidade da sociedade civil faz parte da delegação moçambicana na Comissão do Estatuto da Mulher, CSW.
“Temos trabalhado em Moçambique para promover o envolvimento de homens e rapazes nas questões de gênero, como um caminho para para alcançar a igualdade de gênero. Estamos na delegação do governo de Moçambique também para fazer este tipo de contribuição. Viemos cá para apoiar a agenda da igualdade de gênero, para apoiar as questões de envolvimento de homens, não só em relação a Moçambique, mas de uma forma também um pouquinho mais abrangente, porque nós fazemos parte também da Rede MenEngage Africa”.
Números – Segundo a ONU Mulheres, uma em cada três mulheres sofreu violência física ou sexual, principalmente por um parceiro íntimo.
Cerca de 120 milhões de meninas foram forçadas a manter relação sexual ou realizar outros atos sexuais em algum momento de suas vidas e 133 milhões de mulheres e meninas foram submetidas à mutilação genital feminina.