Na ONU, Hillary Clinton diz que esse é o “melhor momento para nascer mulher”
09.03.2015
Ex-secretária de Estado norte-americana menciona progressos para mulheres e meninas; secretário-geral cita empresa brasileira ao pedir adesão de milhares de companhias a um movimento por maior autonomia das mulheres
Da Rádio ONU
A ex-secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, participou esta terça-feira de um evento com líderes empresariais, de governos e da sociedade civil na sede das Nações Unidas. Discursando na reunião intitulada Potencial Limitado: Parceiros de Negócios pela Igualdade de Gênero, ela descreveu a etapa como positiva para as mulheres.
Segundo Clinton , apesar dos obstáculos, este é o melhor momento na história para se nascer do sexo feminino.
Para ilustrar as diferenças, comparou o Lesoto atual com o de 20 anos atrás, “quando uma menina não podia ter uma residência ou propriedade”, como agora. Disse ainda que, nessa altura, havia ainda a probabilidade de mulheres nascidas no Nepal ou no Afeganistão morrerem na infância.
Hillary também comparou Ruanda com a realidade de duas décadas atrás, na qual uma menina estaria exposta a crescer à sombra do genocídio e do estupro, para hoje, o país ter “mais mulheres no parlamento do que qualquer outra parte do mundo”.
Ao abrir o evento, o secretário-geral Ban Ki-moon disse que se a intenção é produzir uma mudança transformadora, é preciso “ampliar os princípios de empoderamento das mulheres num movimento que envolva milhares de empresas”.
Sem citar o nome, Ban mencionou uma empresa da área de energia renovável do Brasil que instalou um abrigo, um sistema de apoio contra a violência doméstica e mobilizou funcionários homens para o fim da prática.
Clinton disse que hoje as mulheres podem viver mais saudáveis e seguras, mas afirmou que ainda há disparidades na educação e ainda falta acesso das meninas ao ensino secundário. Ela citou também a “seleção preconceituosa de gêneros” em países e a proibição da violência doméstica em apenas 75 nações.
Para ela, os objetivos para empoderar mulheres devem ser alcançados com o envolvimento de homens, líderes religiosos e empresários. A outra proposta é que as leis sejam executadas por autoridades “comprometidas a fazê-las cumprir”.