25.10.13 – Complexo do Alemão discute o combate à violência contra as mulheres durante o Dia Laranja
25.10.2013
Todo dia 25 do mês é um #DiaLaranja, ou #OrangeDay, iniciativa da campanha do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, UNA-SE pelo fim da violência contra as mulheres, para chamar atenção para o combate à violência contra a mulher. O CEDAPS participa dessa campanha com uma atividade, parte do programa “Rio por elas- Safe Cities” (uma parceria com a ONU Habitat, ONU Mulheres e Unicef), para dar visibilidade à data.
Na sede do Educap, no Complexo do Alemão, aconteceu uma roda de conversa sobre violência contra mulheres e meninas em espaços públicos, assédio sexual e como tornar a comunidade mais segura para tod@s. Rhayane Veiga, do CEDAPS, foi a facilitadora da discussão, junto às articuladoras locais do programa “Rio por elas”, Patrícia Wenceslau e Kelly Gregório da Silva, que também são integrantes do RAP da Saúde (SMS-RJ/CEDAPS).
Por volta de 30 mulheres, meninas e meninos participaram da atividade e explicaram o que entendem por espaço público, violência, assédio sexual e o que faz um lugar ser considerado perigoso na comunidade.
“Hoje é um dia para lutar para acabar com a violência contra a mulher e sensibilizar as mulheres e meninas, principalmente, que a violência não é só física, para que elas possam ter uma visão mais ampla do que é violência. Precisamos fortalecer a posição da mulher na sociedade, desafiando o paradigma machista”, explica Rhayane.
“Desde quando a roupa define o que a mulher quer ou não? Roupa não define caráter de ninguém. Quando a mulher anda na rua e um cara fala ‘ô, gostosa’, ou alguma coisa desse tipo, é uma violência”, continua.
Durante a atividade, as mulheres e jovens do Complexo do Alemão listaram algumas estratégias que utilizam para prevenir a violência: “não sair à noite sozinha”, “não sair tarde da noite”, “sempre sair em grupo” e “não andar em lugares perigosos” foram algumas delas. Esses exemplos mostram que a violência e o medo da violência reduzem o direito de ir e vir das mulheres, a liberdade de acesso à educação, trabalho e serviços e têm um impacto negativo na saúde feminina.
“Infelizmente, é uma realidade. Se a menina quiser se prevenir, ela tem que abrir mão de alguns direitos como ir para a balada à noite… Ela precisa ser discreta, usar roupas que não chamem atenção”, lamenta Irenilda da Conceição Trindade.
“Acho que o autoritarismo é um dos piores tipos de violência, que começa com o pai, segue com o namorado e depois com o marido que pode até controlar o dinheiro da casa”, opina.
Rhayane destacou que violência doméstica não é só quando o agressor é marido ou namorado, pode acontecer em qualquer situação familiar, com o pai ou irmão como agressores, por exemplo. E enfatizou que, em caso de violência- mesmo que a vítima seja outra pessoa- pode-se ligar para o número 180, gratuitamente.
Foto: Cedaps