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A ONU Mulheres é a organização das Nações Unidas dedicada à igualdade de gênero e o empoderamento das mulheres.

Brasil

Universidade Federal da Paraíba adere ao movimento ElesPorElas – HeForShe durante os 16 Dias de Ativismo



02.12.2017


UFPB é a primeira universidade do Nordeste a aderir ao movimento global que mobiliza homens e meninos em defesa dos direitos das mulheres e meninas. Ação ocorreu no marco dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres

 

Universidade Federal da Paraíba adere ao movimento ElesPorElas – HeForShe durante os 16 Dias de Ativismo/noticias elesporelas heforshe 16 dias de ativismo

Mobilizações em favor dos direitos de mulheres e meninas têm mobilizado estudantes, professoras, professores e comunidade acadêmica em geral
Foto: UFPB

 

 

Promover a igualdade de gênero, mobilizar a comunidade acadêmica na consciência pública sobre o empoderamento de mulheres e menina e apoiar o poder público em políticas governamentais. Estes são compromissos que a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) incorporou no seu plano de trabalho de adesão ao movimento global ElesPorElas – HeForShe. O documento foi assinado pela representante da ONU Mulheres Brasil, Nadine Gasman, e a reitora Margareth Diniz, na quarta-feira (29/11), em João Pessoa. A solenidade marcou, ainda, a parceria celebrada durante os 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

“A UFPB tem exercido a sua liderança por meio do envolvimento de estudantes, professoras e professores com a igualdade de gênero em coletivos e espaços para melhorar a qualidade da presença das mulheres nos campi, assim como a mobilização dos homens em favor dos direitos das mulheres. Com muito comprometimento, a UFPB tem desenvolvido um trabalho diferenciado também junto à comunidade”, diz Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil.

Durante palestra no ato adesão, Nadine Gasman abordou as ações da ONU Mulheres no país e no mundo e os desafios do combate a todas as formas de violência contra as mulheres, reforçados em campanhas como a dos 16 Dias de Ativismo. Nadine comentou os resultados da Pesquisa Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, a qual constatou que 27% de todas as mulheres nordestinas, com idades entre 15 e 49 anos, já foram vítimas de violência doméstica ao longo da vida e 17% foram agredidas fisicamente pelo menos uma vez na vida.

As cidades de Salvador, Natal e Fortaleza ostentam o título negativo de cidades mais violentas ao longo da vida das mulheres, em termos de violência doméstica física, com prevalência de 19,76%, 19,37%, e 18,97%, respectivamente. Pela primeira vez, estudo faz ligação da violência doméstica no Nordeste brasileiro, com foco entre gerações, vulnerabilidades raciais e socioeconômicas e incidência sobre a saúde, direitos sexuais e direitos reprodutivos das mulheres.

“Para além das ações nos campi, a ONU Mulheres incentiva que a UFPB atue em diálogo com a gestão pública, colaborando na produção de conhecimento, estudos e dados sobre as realidades das mulheres. Contamos com a UFPB no apoio às cidades sustentáveis e com igualdade de gênero na Paraíba. Essa será uma colaboração importante ao projeto Cidade 50-50, da ONU Mulheres, para inclusão da igualdade de gênero como princípio das gestões municipais”, afirmou Nadine Gasman.

A reitora Margareth Diniz salientou o compromisso da UFPB com os direitos das mulheres. “Abraçamos a causa na expectativa de ver diminuir algo que consideramos intolerável, que é a violência contra a mulher na Paraíba e no Brasil. Dentro da perspectiva do movimento, já estamos desenvolvendo ações de mobilização e conscientização para combater a violência de gênero e promover a igualdade nas relações, dentro e fora dos muros da instituição, de modo a fortalecer o empoderamento de todas nós”, declarou.

Plano de ação UFPB – Para o movimento ElesPorElas – HeForShe, a UFPB propôs um programa de ações estratégicas respaldadas em uma visão intersetorial e sistêmica a partir de três eixos: gestão, pesquisa e extensão, e ensino.

O plano de ação inclui: criação de um observatório da violência contra as mulheres, bem como atendimento especializado para as mulheres; plano estratégico para alcançar a paridade em cargos de governança e liderança; incentivo ao ingresso de mulheres em cursos onde elas são minoria (como carreiras de ciências e exatas); inserção de conteúdos de gênero de modo transversal e/ou disciplinar, com ênfase na qualificação dos homens para atitudes de cuidado e relações não-violentas, como indivíduos e profissionais; e incentivo à transversalização de gênero nas pesquisas da universidade.

Parceria com o Governo da Paraíba – Um dos apoiadores da adesão da UFPB ao movimento ElesPorElas HeForShe, o governo estadual reiterou a parceria existente com a ONU Mulheres. O governador da Paraíba, Ricardo Coutinho, secretariado e a representante da ONU Mulheres discutiram as políticas públicas do estado voltadas para as mulheres e falaram sobre o projeto “Cidade 50-50” da ONU Mulheres, que oferece apoio técnico e ferramentas para orientar os governos a concretizarem ações em suas localidades em prol da igualdade de gênero e raça.

 

Universidade Federal da Paraíba adere ao movimento ElesPorElas – HeForShe durante os 16 Dias de Ativismo/noticias elesporelas heforshe 16 dias de ativismo

Representante da ONU Mulheres teve audiência com governador da Paraíba e secretariado
Foto: Governo da Paraíba/Francisco França

 

“Estamos fortalecendo, cada vez mais, as políticas públicas de combate à violência contra a mulher. Nos últimos anos, reduzimos em 30% o número de assassinatos de mulheres e também lutamos pelo combate da violência no lar, cometida pelos próprios companheiros. Precisamos do engajamento de toda a sociedade nesta luta e estamos abertos para colaborar com ações de empoderamento feminino”, disse o governador Ricardo Coutinho.

Recentemente, o governo da Paraíba ampliou os órgãos de políticas para as mulheres para 50 municípios que atuam interligados em uma rede estadual. “É um trabalho complexo que o governo não realiza sozinho, mas em parceria com os municípios e outros poderes, além de contarmos com a colaboração da sociedade civil organizada. A ONU Mulheres é uma grande parceira que tem um histórico de atuação na área e poderá nos ajudar a implementar a lei do feminicídio na Paraíba, que precisa ser melhorada”, afirmou a secretária da Mulher e Diversidade Humana, Gilberta Soares. O órgão tem atuado na assistência, ação preventiva, com o desenvolvimento de campanhas educativas, e a parte de repressão, feita em conjunto com a Secretaria de Segurança e Defesa Social, por meio das delegacias das mulheres.